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24/01/2002 - 06h54

Inclinado por Serra, PMDB adia sua decisão para março

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KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A maioria da cúpula do PMDB, que deu início a uma operação para sepultar a candidatura própria do partido à Presidência, considera que o fim de março é a data apropriada para selar uma eventual aliança com José Serra, pré-candidato tucano ao Planalto.

O ministro da Saúde gostaria de fechar a aliança até 24 de fevereiro, data da pré-convenção do PSDB. Como a Folha antecipou, Serra já ofereceu ao PMDB a vaga de vice na chapa, ministérios em um eventual governo e alianças vantajosas para peemedebistas nas eleições estaduais. Mas é improvável que a aliança ocorra até 24 de fevereiro devido aos problemas internos do PMDB.

É consenso na cúpula que nenhum dos três pré-candidatos peemedebistas tem viabilidade para ganhar a Presidência e que o partido acabará se aliando a Serra, o mais provável, ou à governadora Roseana Sarney (PFL-MA), uma opção ainda não descartada.

A união com Serra é a preferida pela maioria da cúpula do PMDB, que deseja tomar o lugar do PFL como aliado preferencial dos tucanos. Mas o ministro da Saúde precisará subir nas pesquisas eleitorais, o que os peemedebistas avaliam que acontecerá. No último levantamento do Datafolha, no início do mês, Serra teve 7%, contra 21% de Roseana. Para dirigentes do PMDB, fechar logo com Serra seria um salto no escuro.

No entanto, antes de pensar em aliança, o PMDB precisa bombardear a prévia, marcada para 17 de março e na qual estão inscritos o governador de Minas, Itamar Franco, o senador Pedro Simon (RS) e o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário).

Ontem, o presidente do partido, o deputado federal Michel Temer (SP), saiu a campo para acalmar os peemedebistas contrariados com as declarações do líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). Cumprindo uma estratégia traçada pela maioria da cúpula, Geddel disse anteontem que "está ficando difícil viabilizar uma candidatura própria" e defendeu a negociação com Serra.

"O líder Geddel expressou uma opinião pessoal, que ele tem faz tempo", disse Temer. O presidente do partido afirmou que "há membros do PMDB com inclinação em direção a Serra, há outros que imaginam uma aliança com Roseana e há ainda os que defendem uma candidatura própria".

Segundo Temer, "esta questão tem de ser administrada com cautela até março, mês decisivo para o partido". O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), visto como um dos defensores de Roseana, também deseja março como data decisiva: "Até o final de março, temos de avaliar se viabilizamos a candidatura própria ou se fazemos uma aliança. Não podemos ter ansiedade para antecipar a folhinha do calendário".

Pelo estatuto do PMDB, a prévia de 17 de março poderia ser cancelada ou adiada para junho, por exemplo. É que a data marcada pela convenção de 2001 era 20 de janeiro de 2002. Como a prévia foi adiada, a Executiva, dominada pelos governistas, poderia argumentar que a decisão da convenção valia só para 20 de janeiro e que poderia fazer novo adiamento ou até cancelar a disputa.

No entanto, essa manobra traria desgaste porque o adiamento para 17 de março foi fruto de um acordo entre todas as tendências. O desejo da cúpula é costurar a desistência de Itamar, Simon e Jungmann para fazer aliança com respaldo de todo o partido.
 

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