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25/01/2002 - 06h42

Roseana diz que não desiste e desafia Serra a "fazer 21"

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OTÁVIO CABRAL
WILSON SILVEIRA

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Um dia depois de telefonar para o ministro José Serra propondo um encontro e de jantar com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Alvorada, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), afirmou ontem que sua candidatura ao Planalto "é irreversível" e que não acredita, "de jeito nenhum", que possa haver uma candidatura única dos partidos governistas à sucessão.

Roseana aproveitou para fazer um desafio ao pré-candidato tucano: "Já que dizem que minha propaganda parece comercial de cerveja, vou imitar a propaganda da Embratel: Serra, faça primeiro um 21 e depois a gente conversa". Referia-se aos 21% das intenções de voto que atingiu na última pesquisa do Datafolha. No mesmo levantamento, Serra teve 7%.

Roseana falou com a Folha por telefone de São Paulo, durante gravação do programa de TV do PFL (leia abaixo). Ela diz que não faz sentido abandonar sua candidatura para apoiar Serra. "Minha candidatura é irreversível. Nunca vi ninguém jogar 21% dos votos e uma possibilidade de vitória pela janela", afirmou.

Ela também não acredita que venha a receber o apoio do PSDB, pois os tucanos não aceitam usar as pesquisas como critério de definição de uma candidatura única.

Roseana explicou que telefonou para Serra e jantou com FHC apenas para propor aos tucanos um pacto de não-agressão no primeiro turno. O gesto da governadora, no entanto, foi entendido pelo PSDB como uma sinalização para uma eventual candidatura única do campo governista. A intenção imediata da cúpula do PFL com o aceno aos tucanos é barrar a aproximação de Serra com o PMDB.

O armistício, segundo Roseana, propiciaria uma aliança no segundo turno, quando a governadora acredita que um dos governistas enfrentará Lula (PT). "No cenário atual, é improvável que dois governistas cheguem ao segundo turno. Por isso, precisamos conduzir bem o processo no primeiro turno, sem agressões, para que os atuais aliados possam somar no segundo turno", disse.

Flertes e namoros
Roseana duvida que o PMDB vá tomar uma decisão agora a favor de Serra. Ela tem conversado com a partido e aposta que só haverá definição em maio, em função das pesquisas. "A partir de junho nós teremos candidaturas definidas. Até lá nós vamos ter de conviver com esses flertes, namoros e noivados", disse a governadora.

Mesmo após a definição, ela aposta que a sigla acabará rachando: "Se o PMDB apoiar o Serra, tenho certeza de que o senador José Sarney e o Maranhão não irão seguir essa posição", disse.

Interlocutores da governadora, porém, confirmam que ela "sentiu o golpe" da aproximação entre Serra e o PMDB e por isso tomou a iniciativa de ir aos tucanos.

A governadora aposta que outros partidos também sairão rachados da disputa devido a conveniências regionais. No PFL, a única dissidência até agora é a do governador Siqueira Campos (TO), que manifestou preferência pela candidatura Serra.

No jantar com FHC, Roseana defendeu que o PFL continue apoiando o governo. Para isso, é preciso um "pacto de boa convivência" entre os aliados. Segundo ela, o presidente concordou com sua avaliação.

A pefelista disse que não reclamou especificamente dos ataques que sofreu de aliados de Serra, como o prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (Vitória) e o deputado Jutahy Jr: "Não entrei no mérito dessa questão, mas para bom entendedor meia palavra basta".

O Planalto avalia que a atitude de Roseana foi uma manobra hábil e profissional da cúpula do PFL. Deixou claro que é candidata e invocou a governabilidade para fixar os limites da campanha.


  • Colaborou RENATA GIRALDI, da Folha de S.Paulo, em Brasília
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