Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/01/2002 - 07h08

Serra mantém negociação para obter apoio do PMDB

Publicidade

RAYMUNDO COSTA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, manterá as negociações que iniciou com o PMDB para uma aliança na eleição, além de tentar o apoio de outros partidos da coalizão governista. Ele mantém entendimentos, por exemplo, com o PPB, espécie de irmão siamês do PFL.

De acordo o PSDB, não existe um entendimento prévio entre os partidos da base aliada segundo o qual as alianças somente seriam negociadas a partir de maio, como alega a virtual candidata do PFL, Roseana Sarney (MA).

Para os tucanos, o PFL estaria explorando a questão da governabilidade habilmente de modo a imobilizar as ações de Serra, cujo desafio é fortalecer sua candidatura sem desestabilizar a base de sustentação do governo. Uma camisa-de-força que Serra não estaria disposto a vestir.

O convite de Roseana para um encontro surpreendeu Serra e os tucanos. Há mais de uma interpretação no PSDB para tal atitude. A mais comum atribui a iniciativa a um certo temor do PFL de vir a ficar isolado na aliança.

Serra efetivamente propôs parceria ao PMDB, mas o mesmo tem sido feito por José Sarney (AP), pai da governadora. A própria Roseana telefonou anteontem para o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), pedindo um encontro. O deputado paulista é uma das hipóteses para vice da governadora maranhense.

Há duas outras interpretações no PSDB para a iniciativa de Roseana. Alguns tucanos acham que ela tenta fazer um cordão de segurança para se proteger de acusações, algumas delas datadas do governo Sarney (1985-1990). Outros acreditam que ela está aproveitando o momento favorável nas pesquisas para conversar em condição vantajosa.

Seja qual for o motivo que tenha impulsionado Roseana, avalia-se no PSDB que o convite foi positivo para o ministro: num momento em que sua candidatura pode sofrer as consequências do "apagão" e dos problemas de segurança, seria bom para Serra parecer assediado por PFL e PMDB.

Na conversa com Roseana, provavelmente na próxima quarta-feira, Serra manterá a porta aberta para um entendimento com o PFL. No primeiro ou no segundo turnos da eleição. Mas não vai alterar o cronograma que traçou para sua campanha.

Prova disso é que já na próxima segunda-feira o tucano vai a Recife (PE) para uma festa na qual anunciará a regularização da situação trabalhista de 150 mil agentes comunitários de saúde. O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) é cotado para vice.

A festa tem um sentido simbólico: será mais um gesto de Serra em direção ao PMDB. Desta vez, na presença do presidente Fernando Henrique Cardoso, que apóia a candidatura do ministro.

Anteontem, Serra conversou com o ex-governador Eduardo Azeredo (MG), que era um dos adversários de sua candidatura no PSDB. O pré-candidato aposta numa aliança em Minas que junte os tucanos e Itamar no palanque.

Disciplinado, Serra mantém até mesmo a data que marcou para deixar o ministério e reassumir o Senado, 19 de fevereiro, apesar de FHC ter sugerido a ele ficar até março. Ontem, Serra viajou para São Paulo, onde, à noite, deveria submeter-se a uma pequena cirurgia para tirar um quisto do couro cabeludo.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página