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26/01/2002
-
06h55
RAYMUNDO COSTA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
As provocações feitas pela governadora Roseana Sarney (PFL-MA) um dia após haver solicitado uma conversa com José Serra, o pré-candidato do PSDB à Presidência, colocaram em risco o encontro entre eles previsto para a próxima semana.
A equipe de Serra considerou contraditório o comportamento da virtual candidata do PFL: num dia, ela ligou pedindo um encontro; no outro, condicionou a conversa ao crescimento do ministro da Saúde nas pesquisas.
"Já que dizem que minha propaganda parece comercial de cerveja, vou imitar a propaganda da Embratel: Serra, faça primeiro um 21 e depois a gente conversa", disse Roseana anteontem, numa referência aos 21% que obteve na última pesquisa Datafolha.
"Das duas, uma: ou o pedido para uma conversa foi jogo de cena para atrair a atenção, ou ela se arrependeu do pedido, o que parece mais provável", disse um tucano ligado à campanha de Serra.
Entre os tucanos, a queixa é que Roseana e sua equipe têm "plantado" versões incorretas sobre o telefonema que ela deu ao ministro e sobre a conversa da governadora com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada, na quarta passada.
A conversa com Serra pelo telefone teria sido breve, e os dois teriam se limitado a falar sobre a possibilidade de um encontro na próxima semana. Mas anteontem, em São Paulo, Roseana disse que conversou sobre as condições necessárias para governar.
A equipe de campanha de Serra atribui também à pefelista a informação de que, na conversa com FHC, ela teria reclamado de discriminação na liberação de verbas federais para o Maranhão. O assunto não teria sido abordado.
Ao saber da notícia, Serra falou a um interlocutor: "Posso até me imolar em praça pública, se for para melhorar os índices sociais do Maranhão".
Problemas
As queixas, na realidade, são recíprocas, o que dificulta ainda mais a realização do encontro. A governadora, por exemplo, atribui a Serra a versão segundo a qual teria procurado o ministro para preparar o terreno a eventual desistência de sua candidatura.
Foi por esse motivo, de acordo com interlocutores de Roseana, que a pefelista provocou Serra na entrevista à Folha. Com isso ela esperaria inviabilizar de vez a conversa acertada para a próxima semana. No futuro, ela poderia dizer que quis a união, que procurou o tucano para conversar e que ele se recusou.
A agenda de Serra também conspira contra a conversa dos dois pré-candidatos. O ministro, que passa o fim de semana em São Paulo, vai na segunda-feira a Pernambuco. No dia seguinte, cumpre uma extensa programação em Maceió e no sertão de Alagoas.
Na quarta-feira, Serra estará em Sinop (a 500 km de Cuiabá), em Mato Grosso.
Em todos os Estados, cumprirá uma dupla jornada de ministro e candidato.
Em Pernambuco, Serra cumprirá agenda ao lado do presidente da República, que apóia a sua candidatura. Na conversa que teve com Roseana, FHC disse à governadora maranhense que, como presidente de honra do PSDB, apoiará José Serra, mas, como presidente da República, tem todo o interesse em manter a unidade da coalizão dos partidos que apóiam o governo.
Colaborou OTÁVIO CABRAL, da Folha de S.Paulo, em Brasília
Encontro de Roseana e Serra está sob risco
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
As provocações feitas pela governadora Roseana Sarney (PFL-MA) um dia após haver solicitado uma conversa com José Serra, o pré-candidato do PSDB à Presidência, colocaram em risco o encontro entre eles previsto para a próxima semana.
A equipe de Serra considerou contraditório o comportamento da virtual candidata do PFL: num dia, ela ligou pedindo um encontro; no outro, condicionou a conversa ao crescimento do ministro da Saúde nas pesquisas.
"Já que dizem que minha propaganda parece comercial de cerveja, vou imitar a propaganda da Embratel: Serra, faça primeiro um 21 e depois a gente conversa", disse Roseana anteontem, numa referência aos 21% que obteve na última pesquisa Datafolha.
"Das duas, uma: ou o pedido para uma conversa foi jogo de cena para atrair a atenção, ou ela se arrependeu do pedido, o que parece mais provável", disse um tucano ligado à campanha de Serra.
Entre os tucanos, a queixa é que Roseana e sua equipe têm "plantado" versões incorretas sobre o telefonema que ela deu ao ministro e sobre a conversa da governadora com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada, na quarta passada.
A conversa com Serra pelo telefone teria sido breve, e os dois teriam se limitado a falar sobre a possibilidade de um encontro na próxima semana. Mas anteontem, em São Paulo, Roseana disse que conversou sobre as condições necessárias para governar.
A equipe de campanha de Serra atribui também à pefelista a informação de que, na conversa com FHC, ela teria reclamado de discriminação na liberação de verbas federais para o Maranhão. O assunto não teria sido abordado.
Ao saber da notícia, Serra falou a um interlocutor: "Posso até me imolar em praça pública, se for para melhorar os índices sociais do Maranhão".
Problemas
As queixas, na realidade, são recíprocas, o que dificulta ainda mais a realização do encontro. A governadora, por exemplo, atribui a Serra a versão segundo a qual teria procurado o ministro para preparar o terreno a eventual desistência de sua candidatura.
Foi por esse motivo, de acordo com interlocutores de Roseana, que a pefelista provocou Serra na entrevista à Folha. Com isso ela esperaria inviabilizar de vez a conversa acertada para a próxima semana. No futuro, ela poderia dizer que quis a união, que procurou o tucano para conversar e que ele se recusou.
A agenda de Serra também conspira contra a conversa dos dois pré-candidatos. O ministro, que passa o fim de semana em São Paulo, vai na segunda-feira a Pernambuco. No dia seguinte, cumpre uma extensa programação em Maceió e no sertão de Alagoas.
Na quarta-feira, Serra estará em Sinop (a 500 km de Cuiabá), em Mato Grosso.
Em todos os Estados, cumprirá uma dupla jornada de ministro e candidato.
Em Pernambuco, Serra cumprirá agenda ao lado do presidente da República, que apóia a sua candidatura. Na conversa que teve com Roseana, FHC disse à governadora maranhense que, como presidente de honra do PSDB, apoiará José Serra, mas, como presidente da República, tem todo o interesse em manter a unidade da coalizão dos partidos que apóiam o governo.
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