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28/01/2002 - 19h57

Bové chega ao Brasil e diz que não planeja ação polêmica

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O ativista francês José Bové chegou hoje a Porto Alegre para participar do Fórum Social Mundial pela segunda vez. Estrela da edição anterior, desta vez ele diz não ter planejado nenhuma ação potencialmente polêmica.

No Fórum Social Mundial do ano passado, Bové participou da destruição de uma lavoura de soja transgênica no interior do Rio Grande do Sul. A Polícia Federal o deteve e estabeleceu prazo para ele deixar o país.

Bové não foi convidado oficialmente para participar do fórum deste ano, mas, como é delegado da rede Vía Campesina (um dos organizadores) e chegou dois dias antes do início da programação, deverá ajudar na organização de alguns eventos.

''Não tenho protestos programados para participar. Estou disposto a fazer o que a Vía Campesina determinar'', disse o ativista, deixando aberta a possibilidade de integrar eventuais atos.

''Os protestos são importantes para garantir o futuro de todos os agricultores do mundo e evitar que os alimentos orgânicos sejam substituídos pelos transgênicos. Este momento, aqui em Porto Alegre, é muito importante.''

A multinacional Monsanto, que trabalha com pesquisas sobre transgênicos e foi alvo do protesto realizado no ano passado, está preocupada com a presença do ativista no Estado. Mesmo estando localizada a 268 km de Porto Alegre (município de Não-Me-Toque), já tratou de reforçar sua segurança.

Alguns organizadores do Fórum Social Mundial consideraram a participação de Bové na edição do ano passado negativa para o evento, pois deixou os debates em um segundo plano para a imprensa. Ele teria desviado a atenção.

Sua presença na edição deste ano é, portanto, indesejada por muitos _embora ninguém fale abertamente sobre isso.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) diz não ter protestos programados para o período em que está sendo realizado o fórum. O coordenador regional Aílton Croda reconhece que a ação do ano passado suplantou a divulgação das idéias surgidas no evento.

''Nossa principal ação de protesto será a participação na marcha contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), no dia 4. O Bové é um simples participante. Aquela ação, no ano passado, foi programada. Agora, não temos nada assim. Para nós, será um evento de formação política'', disse Croda.

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