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01/02/2002
-
06h40
RAYMUNDO COSTA
enviado especial a Sinop (MT)
No primeiro comício como pré-candidato a presidente -que ele próprio considerou "um marco nessa caminhada"-, o pré-candidato do PSDB, ministro José Serra (Saúde), atacou seus eventuais adversários na eleição, sem citar especificamente nenhum.
Ao convocar a militância tucana para construir uma candidatura "sólida" até a "vitória em outubro", Serra fustigou Ciro Gomes, o pré-candidato do PPS: "Já estamos vendo algumas candidaturas se desmanchando no ar.
Chegaram a entusiasmar alguns neste Estado. O entusiasmo era exagerado, prematuro [referência ao prefeito de Cuiabá, Roberto França, que trocou o PSDB pelo PPS]".
Em um ginásio em Sinop (a 500 km de Cuiabá), Serra arremeteu contra os governadores Roseana Sarney (PFL-MA) e Anthony Garotinho (PSB-RJ), cujo crescimento nas pesquisas é atribuído aos programas de TV partidários.
Disse que "a tendência da campanha é pasteurizar-se" e que isso já ocorreria na TV, que faz "um sujeito baixinho parecer um jogador de basquete, um sujeito fanhoso aparecer com voz de barítono". A pasteurização ocorreria também no campo das idéias. "Daqui a pouco vai estar todo mundo dizendo a mesma coisa."
"O problema não é esse. Idéia boa não falta no Brasil. O problema é vontade política para fazer", disse Serra. Segundo o tucano, ele não teve uma única idéia nova no ministério, mas vontade para "contrariar interesses".
"A ameaça ao Brasil, ao nosso futuro, não é apenas o populismo esquerdista. O risco é, de novo, ser dominado por forças do atraso", afirmou. Os tucanos presentes interpretaram a declaração como uma referência ao governo de José Sarney (85-90), pai de Roseana. Serra tentou disfarçar: "Eu me referi a forças sociais, não a candidaturas específicas".
Serra vestiu com prazer o figurino de candidato nas quase doze horas que passou em Sinop, que tem 75 mil habitantes. Como faz desde o dia 17, quando lançou a candidatura, cumpriu uma agenda dupla de ministro e candidato. Amanhã, irá a Porto Alegre (RS).
Os compromissos do ministro ocorreram na tarde de anteontem, quando assinou convênios, entregou ambulâncias e lançou a pedra fundamental de um hospital; os do candidato, à noite. Cerca de 2.000 pessoas, arregimentadas pelo governador Dante de Oliveira, senadores, deputados e prefeitos compareceram ao comício.
Apagão
Um apagão que atingiu todo o Norte do Estado interrompeu por 12 minutos o evento. "É coisa do José Jorge [ministro das Minas e Energia, do PFL]", brincou o deputado Ricarte Freitas.
Apesar dos ataques indiretos a Roseana, Serra está efetivamente empenhado numa reaproximação com o PFL, mas não tem pressa. A costura nos bastidores deve levar à realização do encontro com a governadora, que está, por enquanto, em banho-maria.
Como vem fazendo sistematicamente, em Sinop Serra também tratou de tentar desfazer a imagem que seus adversários pintam dele, como a de que tem preconceito contra o Nordeste e a de que é antipático.
Disse que está há 40 anos na vida pública, que administrou grandes orçamentos, como o da Saúde, e que nunca o acusaram de nada. "Então, acusar-me de antipático, francamente, eu acho um lucro, acho até agradável".
Leia mais no especial Eleições 2002
Populismo e forças do atraso são ameaça ao país, diz Serra
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enviado especial a Sinop (MT)
No primeiro comício como pré-candidato a presidente -que ele próprio considerou "um marco nessa caminhada"-, o pré-candidato do PSDB, ministro José Serra (Saúde), atacou seus eventuais adversários na eleição, sem citar especificamente nenhum.
Ao convocar a militância tucana para construir uma candidatura "sólida" até a "vitória em outubro", Serra fustigou Ciro Gomes, o pré-candidato do PPS: "Já estamos vendo algumas candidaturas se desmanchando no ar.
Chegaram a entusiasmar alguns neste Estado. O entusiasmo era exagerado, prematuro [referência ao prefeito de Cuiabá, Roberto França, que trocou o PSDB pelo PPS]".
Em um ginásio em Sinop (a 500 km de Cuiabá), Serra arremeteu contra os governadores Roseana Sarney (PFL-MA) e Anthony Garotinho (PSB-RJ), cujo crescimento nas pesquisas é atribuído aos programas de TV partidários.
Disse que "a tendência da campanha é pasteurizar-se" e que isso já ocorreria na TV, que faz "um sujeito baixinho parecer um jogador de basquete, um sujeito fanhoso aparecer com voz de barítono". A pasteurização ocorreria também no campo das idéias. "Daqui a pouco vai estar todo mundo dizendo a mesma coisa."
"O problema não é esse. Idéia boa não falta no Brasil. O problema é vontade política para fazer", disse Serra. Segundo o tucano, ele não teve uma única idéia nova no ministério, mas vontade para "contrariar interesses".
"A ameaça ao Brasil, ao nosso futuro, não é apenas o populismo esquerdista. O risco é, de novo, ser dominado por forças do atraso", afirmou. Os tucanos presentes interpretaram a declaração como uma referência ao governo de José Sarney (85-90), pai de Roseana. Serra tentou disfarçar: "Eu me referi a forças sociais, não a candidaturas específicas".
Serra vestiu com prazer o figurino de candidato nas quase doze horas que passou em Sinop, que tem 75 mil habitantes. Como faz desde o dia 17, quando lançou a candidatura, cumpriu uma agenda dupla de ministro e candidato. Amanhã, irá a Porto Alegre (RS).
Os compromissos do ministro ocorreram na tarde de anteontem, quando assinou convênios, entregou ambulâncias e lançou a pedra fundamental de um hospital; os do candidato, à noite. Cerca de 2.000 pessoas, arregimentadas pelo governador Dante de Oliveira, senadores, deputados e prefeitos compareceram ao comício.
Apagão
Um apagão que atingiu todo o Norte do Estado interrompeu por 12 minutos o evento. "É coisa do José Jorge [ministro das Minas e Energia, do PFL]", brincou o deputado Ricarte Freitas.
Apesar dos ataques indiretos a Roseana, Serra está efetivamente empenhado numa reaproximação com o PFL, mas não tem pressa. A costura nos bastidores deve levar à realização do encontro com a governadora, que está, por enquanto, em banho-maria.
Como vem fazendo sistematicamente, em Sinop Serra também tratou de tentar desfazer a imagem que seus adversários pintam dele, como a de que tem preconceito contra o Nordeste e a de que é antipático.
Disse que está há 40 anos na vida pública, que administrou grandes orçamentos, como o da Saúde, e que nunca o acusaram de nada. "Então, acusar-me de antipático, francamente, eu acho um lucro, acho até agradável".
Leia mais no especial Eleições 2002
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