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02/02/2002
-
07h06
do enviado a Porto Alegre
Os dois pré-candidatos do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Eduardo Suplicy, reencontraram-se no lançamento do livro ("Renda Mínima: a Saída é pela Porta") do senador paulista lançado no 2º Fórum Social Mundial.
Ao relembrar a época em que conheceu Suplicy, quando este era articulista da Folha, Lula definiu-se como "tinhoso" e fez uma autocrítica . "Não sei por que eu fui ao Sindicato dos Jornalistas e fiz uma crítica de que não era possível que pessoas que não eram jornalistas escrevessem, porque estavam ocupando... -eu era muito corporativista- ocupando lugar de um jornalista", afirmou o presidenciável petista.
"Não sei se a Folha deu uma "materinha", mas eu estava em casa e toca o telefone. Era o Eduardo Suplicy. Ele me explicou de um jeito, e todo mundo sabe como o Suplicy é, devargazinho, me explicou, calmamente, levou quase uma hora para dizer por que escrevia na Folha."
A insistência de Suplicy em disputar a prévia que escolherá o candidato do PT à Presidência da República causou desconforto entre os petistas.
A avaliação da direção do partido é que Lula deverá obter algo em torno de 90% dos votos na prévia a ser realizada pela legenda em 17 de março.
A fragilidade da candidatura do senador pode ser medida pela falta de apoio público de petistas com mandato à sua candidatura. Nenhum governador, deputado ou prefeito petista defendeu até aqui o nome de Suplicy para a Presidência da República.
O senador ainda insiste em que o PT realize debates entre os dois pré-candidatos, medida que a direção acredita que só traria desgastes a Lula.
O encontro de ontem serviu para tentar demonstrar que estavam superadas as rusgas surgidas pela insistência do senador na disputa. "Duvido que algum companheiro do PT tenha tido alguma rusga com o Eduardo. Tem uma atitude extraordinária, que é a obsessão de fazer aquilo que ele acredita. O Eduardo, quando quer uma coisa, é tinhoso", declarou Lula, provocando risos na platéia presente ao lançamento do livro.
Programa de governo
Ao lado da mãe, Filomena Matarazzo, 93, Suplicy agradeceu as palavras de Lula. "Quisera eu que sua mãe também pudesse estar presente para ver este momento de tão significativa amizade."
O livro de Suplicy deverá ser usado pelo senador como uma espécie de "programa de governo" informal em sua campanha para a prévia presidencial.
Na obra, o senador petista defende a concessão de uma renda básica universal para todos os brasileiros.
(PLÍNIO FRAGA)
Em encontro com Suplicy, Lula diz que era "muito corporativista"
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Os dois pré-candidatos do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Eduardo Suplicy, reencontraram-se no lançamento do livro ("Renda Mínima: a Saída é pela Porta") do senador paulista lançado no 2º Fórum Social Mundial.
Ao relembrar a época em que conheceu Suplicy, quando este era articulista da Folha, Lula definiu-se como "tinhoso" e fez uma autocrítica . "Não sei por que eu fui ao Sindicato dos Jornalistas e fiz uma crítica de que não era possível que pessoas que não eram jornalistas escrevessem, porque estavam ocupando... -eu era muito corporativista- ocupando lugar de um jornalista", afirmou o presidenciável petista.
"Não sei se a Folha deu uma "materinha", mas eu estava em casa e toca o telefone. Era o Eduardo Suplicy. Ele me explicou de um jeito, e todo mundo sabe como o Suplicy é, devargazinho, me explicou, calmamente, levou quase uma hora para dizer por que escrevia na Folha."
A insistência de Suplicy em disputar a prévia que escolherá o candidato do PT à Presidência da República causou desconforto entre os petistas.
A avaliação da direção do partido é que Lula deverá obter algo em torno de 90% dos votos na prévia a ser realizada pela legenda em 17 de março.
A fragilidade da candidatura do senador pode ser medida pela falta de apoio público de petistas com mandato à sua candidatura. Nenhum governador, deputado ou prefeito petista defendeu até aqui o nome de Suplicy para a Presidência da República.
O senador ainda insiste em que o PT realize debates entre os dois pré-candidatos, medida que a direção acredita que só traria desgastes a Lula.
O encontro de ontem serviu para tentar demonstrar que estavam superadas as rusgas surgidas pela insistência do senador na disputa. "Duvido que algum companheiro do PT tenha tido alguma rusga com o Eduardo. Tem uma atitude extraordinária, que é a obsessão de fazer aquilo que ele acredita. O Eduardo, quando quer uma coisa, é tinhoso", declarou Lula, provocando risos na platéia presente ao lançamento do livro.
Programa de governo
Ao lado da mãe, Filomena Matarazzo, 93, Suplicy agradeceu as palavras de Lula. "Quisera eu que sua mãe também pudesse estar presente para ver este momento de tão significativa amizade."
O livro de Suplicy deverá ser usado pelo senador como uma espécie de "programa de governo" informal em sua campanha para a prévia presidencial.
Na obra, o senador petista defende a concessão de uma renda básica universal para todos os brasileiros.
(PLÍNIO FRAGA)
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