03/02/2002 - 17h34

Fórum Parlamentar faz críticas aos EUA

da France Presse, em Porto Alegre

O Fórum Parlamentar Mundial acabou com uma profunda crítica aos Estados Unidos, pela escalada militar na guerra contra o terrorismo e o apoio de Washington a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) para o ano de 2005, além do Plano Colômbia e do bloqueio à Cuba.

O encontro de parlamentares "condenou" as declarações do secretário de Estado americano, Collin Powell, no Fórum Econômico de Davos, que se celebra em Nova York, "nas quais aponta Irã, Iraque e Coréia do Norte como os próximos objetivos dos ataques militares unilaterais de Washington dentro da guerra contra o terrorismo", segundo o texto final do Fórum.

"A guerra não é a forma de resolver os conflitos internacionais, nem de combater o terrorismo, e vai gerar mais vítimas inocentes", disse este domingo o deputado federal Aloísio Mercadante, secretário de Relações Internacionais do PT.

Alguns dos 1.115 deputados de 40 países que participaram do Fórum Parlamentar, que se celebrou paralelamente ao 2º Fórum Social Mundial, apresentaram este domingo o texto das resoluções e declarações, elaborado pela última sessão plenária da reunião.

Os parlamentares qualificaram o projeto incentivado por Washington de criar a Alca em 2005 como uma "ameaça" à soberania dos países americanos.

"A Alca da maneira como está proposta é um instrumento de aprofundamento das políticas neoliberais e significa uma ameaça à soberania das nações", afirma a nota.

Também denunciaram o Plano Colômbia do presidente colombiano Andrés Pastrana - cujos objetivos são negociar a paz com a guerrilha, combater o narcotráfico, modernizar as instituições e reativar a economia com o apoio de Washington - como "uma ingerência aberta dos Estados Unidos na América Latina".

Os legisladores também condenaram o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba há mais de 40 anos.

"O Fórum Parlamentar Mundial condena o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba", afirma o texto.

O Fórum Parlamentar Mundial lançou no sábado uma declaração de solidariedade à Argentina e em protesto "contra a continuidade das políticas neoliberais".

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