Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/02/2002 - 09h39

Prefeito de Porto Alegre acusa governador do RS de ser "stalinista"

Publicidade

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Tendo como pano de fundo a busca por visibilidade durante o Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, o PT gaúcho rachou de vez entre seus dois pré-candidatos ao governo do Estado, o governador, Olívio Dutra, e o prefeito da capital, Tarso Genro.

Tarso acusou ontem seu oponente de "stalinismo" e de estar usando o fórum politicamente. Ele se considerou discriminado pela TV Educativa, estadual, na cobertura da abertura do fórum. Segundo ele, sua imagem não apareceu no vídeo que mostrava a passeata da abertura do evento, com lideranças petistas à frente -incluindo Olívio.

"Foi um atitude discriminatória, uma postura stalinista, uma atitude que não se faz nem com os adversários, muito menos com companheiro de partido -aliás, não se faz com ninguém", disse.

"É uma atitude de intolerância, que não tinha precedentes ainda. O último precedente histórico que teve nesse tipo de coisa é aquela foto em que está o [líder soviético Vladimir] Lênin falando em um palanque e embaixo está o [líder revolucionário Leon] Trótski. Depois, na época de Stálin [que sucedeu a Lênin], o Trótski desaparece, então eu estou achando que sou meio Trótski da passeata porque eu desapareci. Foi absolutamente inaceitável."

Tarso também vê uso político do evento. "Os companheiros que sustentam a legítima pré-candidatura do Olívio espalharam o boato de que eu teria retirado minha candidatura. Estão adoidados distribuindo adesivos do Olívio, até de uma maneira muito constrangedora para nós, porque o fórum não pode ser instrumentalizado politicamente", disse ele.

"Grandeza do momento"
Olívio evitou comentar o assunto. Disse apenas que "o fórum é da sociedade em geral" e que "a questão é absolutamente fora da pauta no momento em que se está tratando do Fórum Social", com "a grandeza deste momento".

O deputado Ronaldo Zulke (PT), que integra a DS (Democracia Socialista), a principal tendência de sustentação do nome de Olívio, disse que "o movimento de Tarso é equivocado" e "não ajuda a construir a unidade do partido". "Estamos querendo um acordo interno, e ele [Tarso] o está inviabilizando. Na TVE, houve um problema técnico. A acusação é leviana", afirmou.

A prévia do PT gaúcho deve acontecer no dia 17 de março. Tarso iria inscrever sua candidatura ontem, mas acabou não a efetivando, porque o prazo começa no dia 15. A idéia de inscrição foi definida pelo prefeito como "um contrafato político", para afastar os boatos de que ele teria desistido de se candidatar.



Leia mais no especial Eleições 2002
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade