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13/02/2002
-
07h35
ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo
Às vésperas de ter um encontro com o ministro da Saúde, José Serra, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), resolveu provocar o pré-candidato tucano à Presidência da República, afirmando que a candidatura dele não chegará ao final de maio.
"Para mim, Serra vai desistir na segunda quinzena de maio, porque sua campanha não emplacou. Minha opinião, que tenho reiterado diversas vezes ao PSDB, é que a campanha do Serra é inviável", afirmou. O prefeito é um dos principais articuladores da campanha de Roseana Sarney (PFL-MA), adversária de Serra.
Cesar Maia tem um jantar com o presidenciável tucano agendado para amanhã. Segundo ele, o encontro foi articulado por seu secretário de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho, que é do PSDB, e nada teria a ver com a campanha presidencial. "Vamos conversar sobre assuntos de interesse público. Ele, como ministro da Saúde, eu, como prefeito do Rio de Janeiro."
Aumentando o tom da provocação, Maia disse que prefere que a governadora dispute o segundo turno com o tucano. "É mais interessante chegar ao segundo turno contra o Serra, porque ele é mais fácil de derrotar. Roseana contra Serra é fazer barba, cabelo e bigode. Se o povo prefere isso, eu não sei. Por enquanto, parece que não", afirmou, referindo-se à quarta colocação do ministro nas pesquisas de intenção de voto.
Elogios a Lula
O prefeito voltou a usar o sambódromo como palco para suas declarações políticas e, pelo segundo dia consecutivo, elogiou o PT para provocar adversários.
Ontem, os elogios foram para Luiz Inácio Lula da Silva. "Minha admiração por ele é tão antiga que não preciso reiterá-la. Quanto mais o Lula é Lula, mais ele representa uma parte substantiva do povo brasileiro. Tenho certeza de que uma campanha com Lula tem mais densidade, mais conteúdo. O PT é diferente da gente [o PFL], mas é parte da política brasileira orgânica", declarou ele.
Na madrugada de segunda, Maia recebeu a vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), pré-candidata ao governo do Estado, no camarote da prefeitura. "Meu coração bate pela Benedita. Se ela se eleger, não me sinto derrotado", disse, enquanto atacava o governador e presidenciável Anthony Garotinho (PSB).
Maia disse que o PT seria uma opção de poder, enquanto Garotinho representaria ""o populismo vazio, o assistencialismo barato, o uso abusivo de propaganda e dos meios de comunicação".
Benedita disse que recebeu as declarações do prefeito como sinalização de que seria uma boa candidata ao governo. "Não posso traduzir a manifestação como apoio partidário, porque o PFL tem candidato próprio", afirmou. O pré-candidato pefelista é o secretário municipal do Meio Ambiente, Eduardo Paes.
Serra
No velório do deputado federal Nelson Marchezan, Serra foi questionado sobre a "previsão" de Maia. Limitou-se a abrir os braços, como quem diz "fale o que quiser".
Já o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), após dizer que não comentaria, falou sobre a frase. "Ele é um político muito exuberante, que gosta de soltar frases e provocar factóides. Você já reparou que, em relação ao que ele fala, as coisas sempre ocorrem da forma contrária?"
Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre
Veja também:
Prefeito do Rio ficou marcado por seus factóides
Garotinho vê incoerência em Cesar Maia
Leia mais no especial Eleições 2002
Cesar Maia provoca tucanos ao prever desistência de Serra
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da Folha de S.Paulo
Às vésperas de ter um encontro com o ministro da Saúde, José Serra, o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), resolveu provocar o pré-candidato tucano à Presidência da República, afirmando que a candidatura dele não chegará ao final de maio.
4.abr.2001 - Antônio Galdério/Folha Imagem |
O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL) |
Cesar Maia tem um jantar com o presidenciável tucano agendado para amanhã. Segundo ele, o encontro foi articulado por seu secretário de Saúde, Ronaldo Cezar Coelho, que é do PSDB, e nada teria a ver com a campanha presidencial. "Vamos conversar sobre assuntos de interesse público. Ele, como ministro da Saúde, eu, como prefeito do Rio de Janeiro."
Aumentando o tom da provocação, Maia disse que prefere que a governadora dispute o segundo turno com o tucano. "É mais interessante chegar ao segundo turno contra o Serra, porque ele é mais fácil de derrotar. Roseana contra Serra é fazer barba, cabelo e bigode. Se o povo prefere isso, eu não sei. Por enquanto, parece que não", afirmou, referindo-se à quarta colocação do ministro nas pesquisas de intenção de voto.
Elogios a Lula
O prefeito voltou a usar o sambódromo como palco para suas declarações políticas e, pelo segundo dia consecutivo, elogiou o PT para provocar adversários.
Ontem, os elogios foram para Luiz Inácio Lula da Silva. "Minha admiração por ele é tão antiga que não preciso reiterá-la. Quanto mais o Lula é Lula, mais ele representa uma parte substantiva do povo brasileiro. Tenho certeza de que uma campanha com Lula tem mais densidade, mais conteúdo. O PT é diferente da gente [o PFL], mas é parte da política brasileira orgânica", declarou ele.
Na madrugada de segunda, Maia recebeu a vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), pré-candidata ao governo do Estado, no camarote da prefeitura. "Meu coração bate pela Benedita. Se ela se eleger, não me sinto derrotado", disse, enquanto atacava o governador e presidenciável Anthony Garotinho (PSB).
Maia disse que o PT seria uma opção de poder, enquanto Garotinho representaria ""o populismo vazio, o assistencialismo barato, o uso abusivo de propaganda e dos meios de comunicação".
Benedita disse que recebeu as declarações do prefeito como sinalização de que seria uma boa candidata ao governo. "Não posso traduzir a manifestação como apoio partidário, porque o PFL tem candidato próprio", afirmou. O pré-candidato pefelista é o secretário municipal do Meio Ambiente, Eduardo Paes.
Serra
No velório do deputado federal Nelson Marchezan, Serra foi questionado sobre a "previsão" de Maia. Limitou-se a abrir os braços, como quem diz "fale o que quiser".
Já o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), após dizer que não comentaria, falou sobre a frase. "Ele é um político muito exuberante, que gosta de soltar frases e provocar factóides. Você já reparou que, em relação ao que ele fala, as coisas sempre ocorrem da forma contrária?"
Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre
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