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13/02/2002
-
18h48
da Agência Folha
Os cerca de 4.000 índios urbanos de Campo Grande sofrem com baixa renda, têm pouca escolaridade e estão aos poucos perdendo a língua materna. Essas são algumas das conclusões do 1º Censo Urbano Indígena de Campo Grande, divulgado nesta quarta-feira como parte do lançamento da Campanha da Fraternidade 2002, evento anual da Igreja Católica que este ano traz como tema os povos indígenas.
É a primeira pesquisa do gênero realizada no país, segundo a Arquidiocese de Campo Grande, que coordenou o censo. Ao todo, foram cadastrados 3.835 índios, divididos em 918 famílias.
Praticamente todos são de aldeias do interior de Mato Grosso do Sul, que tem a segunda maior população indígena do país, com pouco mais de 46 mil índios. O Estado com maior população indígena é o Amazonas, com cerca de 90 mil índios.
A imensa maioria dos que vivem em Campo Grande, 80%, são terenas, etnia que vive principalmente na região do Pantanal sul-mato-grossense.
De acordo com o censo, a maior dificuldade está no binômio renda/escolaridade. Cerca 45,64% dos chefes de família ganham até um salário mínimo. Apenas 2,94% ganham acima de 5 salários mínimos. As ocupações mais comuns são na construção civil e de empregada doméstica.
O nível escolar é igualmente baixo: 69% têm apenas o 1º grau incompleto e 13% não receberam nenhuma instrução formal.
"A estratégia de sobrevivência dos terenas, hoje confinados em pequenos territórios, foi se adaptar ao meio urbano, mas eles só percebem que não têm qualificação quando chegam a cidade", afirma o terena Wanderley Cardoso, 29, recém-formado em história.
O censo também mostra que os índios estão aos poucos perdendo a língua materna. Em geral, 40% ainda falam a língua de origem, mas esse número cai para 11% quando se consideram apenas os filhos.
Para Cardoso, que fala a língua, isso não significa necessariamente que a identidade esteja se perdendo. "Só o fato de o índio se identificar como terena ou guarani mesmo sem falar a língua é uma prova de que ele mantém sua identidade."
Leia mais:
Povos indígenas são tema da campanha da fraternidade de 2002
Índios estão perdendo língua materna, diz CNBB em campanha
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Os cerca de 4.000 índios urbanos de Campo Grande sofrem com baixa renda, têm pouca escolaridade e estão aos poucos perdendo a língua materna. Essas são algumas das conclusões do 1º Censo Urbano Indígena de Campo Grande, divulgado nesta quarta-feira como parte do lançamento da Campanha da Fraternidade 2002, evento anual da Igreja Católica que este ano traz como tema os povos indígenas.
É a primeira pesquisa do gênero realizada no país, segundo a Arquidiocese de Campo Grande, que coordenou o censo. Ao todo, foram cadastrados 3.835 índios, divididos em 918 famílias.
Praticamente todos são de aldeias do interior de Mato Grosso do Sul, que tem a segunda maior população indígena do país, com pouco mais de 46 mil índios. O Estado com maior população indígena é o Amazonas, com cerca de 90 mil índios.
A imensa maioria dos que vivem em Campo Grande, 80%, são terenas, etnia que vive principalmente na região do Pantanal sul-mato-grossense.
De acordo com o censo, a maior dificuldade está no binômio renda/escolaridade. Cerca 45,64% dos chefes de família ganham até um salário mínimo. Apenas 2,94% ganham acima de 5 salários mínimos. As ocupações mais comuns são na construção civil e de empregada doméstica.
O nível escolar é igualmente baixo: 69% têm apenas o 1º grau incompleto e 13% não receberam nenhuma instrução formal.
"A estratégia de sobrevivência dos terenas, hoje confinados em pequenos territórios, foi se adaptar ao meio urbano, mas eles só percebem que não têm qualificação quando chegam a cidade", afirma o terena Wanderley Cardoso, 29, recém-formado em história.
O censo também mostra que os índios estão aos poucos perdendo a língua materna. Em geral, 40% ainda falam a língua de origem, mas esse número cai para 11% quando se consideram apenas os filhos.
Para Cardoso, que fala a língua, isso não significa necessariamente que a identidade esteja se perdendo. "Só o fato de o índio se identificar como terena ou guarani mesmo sem falar a língua é uma prova de que ele mantém sua identidade."
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