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20/02/2002 - 12h02

Rachado, PMDB começa a expor diferenças

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CAMILO TOSCANO
da Folha Online

Com a aproximação da prévia que vai definir a posição do PMDB nas eleições presidenciais deste ano, os ânimos no partido começam a ficar mais exaltados. A prévia está marcada para o dia 17 de março.

Árduo defensor de uma aliança com o tucano José Serra, o líder peemedebista na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima (BA), tem feito declarações que podem dar o tom da disputa interna por qual passa a legenda.

Na semana do Carnaval, Geddel disse que o partido levava "mais a sério o que o rei momo fala do que o que o senador [Pedro] Simon diz". Simon (PMDB-RS) é, junto com o governador Itamar Franco (MG) e Raul Jungmann, pré-candidato a presidente pelo partido.

A frase provocou reações dos defensores do senador e daqueles que desejam candidatura própria. Milton Buabssi, tesoureiro do diretório regional do Paraná, chegou a pedir o enquadramento do baiano no conselho de ética do partido.

"Todas as pessoas que são divergentes dele [de Geddel] são ACM [Antonio Carlos Magalhães, ex-senador do PFL-BA, rival de Geddel no Estado]. Ele está acostumado com essa linguagem chula na Bahia, mas não pode faltar com o respeito a Simon", disse Cezar Schirmer (PMDB-RS), deputado federal e aliado de Simon.

Anteriormente, Geddel já havia dito que a tese de candidatura própria estava dando sinais de que não iria se viabilizar. A declaração resultou em uma nota oficial do presidente do partido, deputado federal Michel Temer (SP), desautorizando Geddel a falar pelo PMDB.

As posições do deputado baiano colocam em evidência uma disputa que pode deixar marcas no partido. Na segunda-feira passada (18), o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia reuniu presidentes de 11 diretórios regionais para traçar a estratégia em prol da candidatura própria.

A tese foi aprovada pela maioria do PMDB em convenção nacional realizada em setembro de 2001. Quércia afirmou na segunda contar com as assinaturas necessárias para convocar uma convenção extraordinária no dia 3 de março.

A idéia é dar sustentação às prévias, e evitar que os governistas esvaziem a escolha de um candidato próprio. A estratégia dos governistas é fazer com que as prévias não tenham quórum, levando o partido a apoiar uma outra candidatura.

Histórico
Em 1998, o PMDB vivia situação semelhante. Na ocasião, o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), tentava lançar-se a presidente, mas enfrentou a resistência do grupo governista, na época mais forte que hoje.

O partido, então, não lançou candidato próprio, mas também não definiu apoio explícito à reeleição de Fernando Henrique Cardoso, ocupando o segundo plano na base de sustentação do segundo mandato de FHC.

Sem um candidato forte eleitoralmente (Itamar é o melhor colocado, segundo pesquisa Datafolha, com 7% das intenções de voto), o PMDB divide-se entre um apoio a Serra, uma aliança com a governadora Roseana Sarney (MA) e até um apoio ao provável candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, tese esta mais remota.

Veja também:
  • Brizola tenta atrair Itamar para Ciro e diz que rota do PT é "liberal"

  • Jarbas recua e deixa vaga de vice de Serra "aberta" ao PFL


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