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20/02/2002
-
13h26
CAMILO TOSCANO
da Folha Online
O comunicado interno divulgado nesta semana pela Rede Globo normatizando a participação de atores e apresentadores em campanhas políticas remonta a eleições passadas.
Em 1989, quando foi realizada a primeira eleição presidencial pós-regime militar, apoiar um candidato significava assumir um compromisso político e ideológico também.
Na ocasião, as atrizes Marília Pêra e Cláudia Raia optaram por Fernando Collor de Mello, enquanto que o petista Luiz Inácio Lula da Silva contava com uma legião de atores e artistas em seu favor (apoiaram Lula, entre outros, os atores Paulo Betti, Antônio Fagundes, Sérgio Mamberti, as atrizes Lucélia Santos, Marieta Severo, e os músicos Chico Buarque, Caetano Veloso, Wagner Tiso).
Em 1994, quando Lula perdeu para Fernando Henrique Cardoso, a discussão ideológica manteve-se. Desta vez, a polarização ficou entre Paulo Betti, Lucélia Santos e Chico Buarque, pró-Lula, e Regina Duarte, Beatriz Segall e Beth Goulart, pró-FHC. Beth havia apoiado Lula em 89, mas ficou com o tucano.
Em 1998, Lula contou novamente com o apoio de diversos artistas, que chegaram discutir eventos eleitorais. O petista teve a seu lado Chico Buarque, Giberto Gil, Paulinho da Viola, Marina, Francis e Olívia Hime (cantores), Luiz Carlos Barreto, Silvio Tendler (cineastas), Luis Fernando Veríssimo, Chico Caruso, Bussunda (humoristas), Domingos de Oliveira, Paulo Betti, Marieta Severo, Lucélia Santos, Lília Cabral, Bete Mendes, Tássia Camargo, Marcos Winter (atores), mas não conseguiu impedir a reeleição de FHC.
Profissionais na política
A partir de 1992, na campanha pela Prefeitura de São Paulo, as participações de artistas em campanhas eleitorais passaram a ter caráter mais profissional. A atriz Helen Helene protagonizou a campanha de Paulo Maluf, mas acabou ficando estigmatizada. "Eu não tinha noção do que me aconteceria. Viver do trabalho é difícil. Um ator pega um trabalho como um dentista atende a um cliente, sem perguntar sua ideologia", chegou a dizer a atriz.
Maluf também contratou o conjunto Fat Family para fazer jingles de sua campanha. Os cantores, no entanto, não enfrentaram problemas para conseguir novos trabalhos.
De acordo com o comunicado interno da Globo, os artistas ou apresentadores devem optar até o dia 1º de julho por participar de programas da emissora ou por aparecerem em campanhas eleitorais. A afirma que a decisão é procedimento comum na casa.
Leia mais:
Globo proíbe atores de atuar em campanhas
Veja também o especial Eleições 2002
Participação de artistas em campanha passa por profissionalização
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da Folha Online
O comunicado interno divulgado nesta semana pela Rede Globo normatizando a participação de atores e apresentadores em campanhas políticas remonta a eleições passadas.
Em 1989, quando foi realizada a primeira eleição presidencial pós-regime militar, apoiar um candidato significava assumir um compromisso político e ideológico também.
Na ocasião, as atrizes Marília Pêra e Cláudia Raia optaram por Fernando Collor de Mello, enquanto que o petista Luiz Inácio Lula da Silva contava com uma legião de atores e artistas em seu favor (apoiaram Lula, entre outros, os atores Paulo Betti, Antônio Fagundes, Sérgio Mamberti, as atrizes Lucélia Santos, Marieta Severo, e os músicos Chico Buarque, Caetano Veloso, Wagner Tiso).
Em 1994, quando Lula perdeu para Fernando Henrique Cardoso, a discussão ideológica manteve-se. Desta vez, a polarização ficou entre Paulo Betti, Lucélia Santos e Chico Buarque, pró-Lula, e Regina Duarte, Beatriz Segall e Beth Goulart, pró-FHC. Beth havia apoiado Lula em 89, mas ficou com o tucano.
Em 1998, Lula contou novamente com o apoio de diversos artistas, que chegaram discutir eventos eleitorais. O petista teve a seu lado Chico Buarque, Giberto Gil, Paulinho da Viola, Marina, Francis e Olívia Hime (cantores), Luiz Carlos Barreto, Silvio Tendler (cineastas), Luis Fernando Veríssimo, Chico Caruso, Bussunda (humoristas), Domingos de Oliveira, Paulo Betti, Marieta Severo, Lucélia Santos, Lília Cabral, Bete Mendes, Tássia Camargo, Marcos Winter (atores), mas não conseguiu impedir a reeleição de FHC.
Profissionais na política
A partir de 1992, na campanha pela Prefeitura de São Paulo, as participações de artistas em campanhas eleitorais passaram a ter caráter mais profissional. A atriz Helen Helene protagonizou a campanha de Paulo Maluf, mas acabou ficando estigmatizada. "Eu não tinha noção do que me aconteceria. Viver do trabalho é difícil. Um ator pega um trabalho como um dentista atende a um cliente, sem perguntar sua ideologia", chegou a dizer a atriz.
Maluf também contratou o conjunto Fat Family para fazer jingles de sua campanha. Os cantores, no entanto, não enfrentaram problemas para conseguir novos trabalhos.
De acordo com o comunicado interno da Globo, os artistas ou apresentadores devem optar até o dia 1º de julho por participar de programas da emissora ou por aparecerem em campanhas eleitorais. A afirma que a decisão é procedimento comum na casa.
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Veja também o especial Eleições 2002
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