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27/02/2002
-
03h49
da Folha de S. Paulo
A senadora Heloísa Helena, 39, integrante da ala considerada "radical" petista, acusa a direção do partido de curvar-se à "medíocre matemática eleitoral".
Pré-candidata ao governo de Alagoas, ela considera "abominável" a forma como está sendo discutida a aliança política com o PL. E admite que a crise interna alimenta "o veneno" dos adversários. (FZ)
Folha - A sra. está entre as principais críticas da aliança com o PL. Expor a divisão desta forma não ajuda os adversários do PT?
Heloísa Helena - Eu preferia que o debate estivesse sendo feito dentro das instâncias partidárias, em vez de em público. Mas o fato é que não houve debate na Executiva e não se discute nem mesmo a antecipação de uma reunião do diretório nacional para que ocorra o debate. Então, o debate vem a público. Claro que vejo já o veneno escorrendo pela boca de nossos adversários.
Folha - Isso ameaça a unidade em torno da candidatura Lula?
Helena - Não acredito. Temos maturidade suficiente para evitar que nossos adversários saciem sua sede de veneno. Mas para isso é preciso o debate programático. O partido está se curvando à medíocre matemática eleitoral sem ao menos debater. É uma aberração e uma coisa sem sentido, dado que nem sabemos se o PL quer estar conosco na eleição. E se resolverem apoiar outro candidato para presidente?
Folha - Por que tanta celeuma em torno do PL, um partido que afinal de contas se coloca como de oposição ao governo?
Helena - Antes de mais nada, é bom que se diga que isso não tem nada contra igreja. Minha formação é cristã e não trato de eleição como guerra santa. Há erros cometidos por todas as igrejas, basta olhar para a história. A questão toda é programática. O PL tem tido atitudes de oposição ao governo federal, mas seu conteúdo programático não é de centro. É de direita. Não tem diferença, ou há muito pouca, entre o conteúdo do programa do PFL e o do PL.
Folha - A sra. é candidata ao governo de Alagoas. Sem compor com partidos de centro, terá condições de vencer?
Helena - Não vou fazer aliança com o PL, com o PFL ou com o PMDB. Mesmo se vier a decisão do TSE que verticaliza as coligações, vou sair só com os partidos da esquerda. Claro que se tivesse o apoio do PMDB e do PFL no Estado, dadas as peculiaridades da política local, teria mais facilidade em me eleger. Eu não sou masoquistas. Mas por uma questão de coerência, não posso fazer essa aliança.
Folha - Há quem diga que setores do PMDB local têm proximidade com o PT em Alagoas.
Helena - A aliança não vai ocorrer. Eles devem apoiar o Ronaldo [Lessa, governador, pelo PSB". Nós vamos estar na oposição.
PT se rende à lógica eleitoral, diz senadora
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A senadora Heloísa Helena, 39, integrante da ala considerada "radical" petista, acusa a direção do partido de curvar-se à "medíocre matemática eleitoral".
Pré-candidata ao governo de Alagoas, ela considera "abominável" a forma como está sendo discutida a aliança política com o PL. E admite que a crise interna alimenta "o veneno" dos adversários. (FZ)
Folha - A sra. está entre as principais críticas da aliança com o PL. Expor a divisão desta forma não ajuda os adversários do PT?
Heloísa Helena - Eu preferia que o debate estivesse sendo feito dentro das instâncias partidárias, em vez de em público. Mas o fato é que não houve debate na Executiva e não se discute nem mesmo a antecipação de uma reunião do diretório nacional para que ocorra o debate. Então, o debate vem a público. Claro que vejo já o veneno escorrendo pela boca de nossos adversários.
Folha - Isso ameaça a unidade em torno da candidatura Lula?
Helena - Não acredito. Temos maturidade suficiente para evitar que nossos adversários saciem sua sede de veneno. Mas para isso é preciso o debate programático. O partido está se curvando à medíocre matemática eleitoral sem ao menos debater. É uma aberração e uma coisa sem sentido, dado que nem sabemos se o PL quer estar conosco na eleição. E se resolverem apoiar outro candidato para presidente?
Folha - Por que tanta celeuma em torno do PL, um partido que afinal de contas se coloca como de oposição ao governo?
Helena - Antes de mais nada, é bom que se diga que isso não tem nada contra igreja. Minha formação é cristã e não trato de eleição como guerra santa. Há erros cometidos por todas as igrejas, basta olhar para a história. A questão toda é programática. O PL tem tido atitudes de oposição ao governo federal, mas seu conteúdo programático não é de centro. É de direita. Não tem diferença, ou há muito pouca, entre o conteúdo do programa do PFL e o do PL.
Folha - A sra. é candidata ao governo de Alagoas. Sem compor com partidos de centro, terá condições de vencer?
Helena - Não vou fazer aliança com o PL, com o PFL ou com o PMDB. Mesmo se vier a decisão do TSE que verticaliza as coligações, vou sair só com os partidos da esquerda. Claro que se tivesse o apoio do PMDB e do PFL no Estado, dadas as peculiaridades da política local, teria mais facilidade em me eleger. Eu não sou masoquistas. Mas por uma questão de coerência, não posso fazer essa aliança.
Folha - Há quem diga que setores do PMDB local têm proximidade com o PT em Alagoas.
Helena - A aliança não vai ocorrer. Eles devem apoiar o Ronaldo [Lessa, governador, pelo PSB". Nós vamos estar na oposição.
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