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11/03/2002 - 08h20

PSDB faz operação para atrair PTB e PPB

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ELIANE CANTANHÊDE
diretora da Sucursal de Brasília

KENNEDY ALENCAR
da Sucursal de Brasília

Na sequência da decisão da Justiça Eleitoral que verticaliza as coligações e da promessa de guerra pefelista contra José Serra após a ruptura do PFL com o governo, o PSDB iniciou uma operação para atrair o apoio das bancadas do PTB, do PPB e do PMDB ao pré-candidato tucano à Presidência.

O presidente Fernando Henrique Cardoso é parte fundamental da 'operação arrastão' porque ela tem também o objetivo de manter a sustentação do Executivo no Congresso -já que o PFL pode dificultar a tramitação de projetos de interesse do governo.

Os pefelistas romperam uma aliança de quase oito anos com o PSDB por pressão da pré-candidata do PFL, a governadora Roseana Sarney (MA). Roseana atribui a tucanos uma tentativa de complô político para prejudicá-la. FHC e PSDB negam.

Antes da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que obrigou os partidos a seguirem nos Estados a coligação da eleição presidencial, FHC e Serra negociavam com a cúpula do PTB, do PMDB e do PPB. Agora, farão um corpo-a-corpo pela base, garantindo liberação de emendas, o que é vital em ano eleitoral.

O presidente e o pré-candidato tucano ao Planalto tentam convencer congressistas de que, com a decisão do TSE, é melhor procurar um 'guarda-chuva' nacional de partidos para facilitar-lhes a reeleição. Com uma aliança proporcional fraca, muitos desses congressistas podem não alcançar o coeficiente eleitoral.

Serra e seus articuladores têm em mãos uma relação de congressistas do PTB que já estão procurando para minar o acordo da cúpula do partido para apoiar o ex-ministro Ciro Gomes (PPS).

FHC prometeu cargos aos petebistas, caso eles abandonem Ciro. O presidente também se reuniu no sábado com peemedebistas, como o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), e marcou encontro para amanhã com a bancada do PPB (49 deputados federais e 3 senadores).

Escudeiro de Serra, o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães Jr., já falou diretamente com quase 10 dos 34 deputados federais, entre os quais Sérgio Reis (SE), Carlos Dunga (PB), Iberê Ferreira (RN), Nelson Trad (MS), Ricardo Izar (SP) e Duílio Pisaneschi (SP). O PTB tem quatro senadores.
O ministro Arthur Virgílio (Secretaria Geral), operador do troca-troca com o chamado 'baixo clero' do Congresso, também atua nessa operação.

Uma eventual aliança PSDB-PTB teria ainda o efeito de compensar a provável perda do PFL para a candidatura à reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin (SP). FHC se surpreendeu quando Alckmin reclamou recentemente da decisão do TSE, atribuindo a Serra o papel de inspirador da verticalização.

Sem o PTB, Ciro perderia tempo de TV e correria o risco de ver o PDT de Leonel Brizola também pular fora do barco. Na avaliação de FHC e de Serra, não é somente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que pode ser beneficiário de uma queda de Roseana nas pesquisas. Ciro, por ser do Nordeste, região da pefelista, herdaria votos.

Em relação ao PPB, o governo quer que o partido pense duas vezes antes de aderir à Roseana, principalmente após a operação da Polícia Federal na Lunus, empresa da governadora e do marido, Jorge Murad (gerente de Planejamento no Maranhão).

O ministro Francisco Dornelles (Trabalho), defensor da aliança com o PSDB, ajuda a fazer a ponte entre pepebistas e governo.

No PMDB, que tem 89 deputados federais e 22 senadores, o trabalho é para evitar que uma minoria da cúpula reverta a tendência pró-Serra e se alie a Roseana. O PFL oferece alianças estaduais vantajosas para o PMDB em colégios eleitorais importantes, como Rio, Minas e São Paulo.

FHC avalia que Serra precisará dos peemedebistas mais do que nunca. O partido ganhará cargos com a saída do PFL do governo.
 

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