Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
13/03/2002 - 18h49

Apoio à candidatura de Roseana Sarney divide PFL

Publicidade

RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

Um partido dividido ao meio. Assim está o PFL depois do escândalo envolvendo a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, candidata à Presidência da República pelo partido com a suspeita de desvio de verbas da extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). Enquanto parte dos congressistas do PFL defende a manutenção da candidatura, outros, que podem representar a maioria, consideram a opção 'Roseana' fora de questão.

As declarações de hoje do presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC), em apoio à candidatura de Roseana, buscam amenizar as divergências internas. O pefelista funcionou como bombeiro da insatisfação de deputados após a divulgação da pesquisa Datafolha que apontou uma queda de oito pontos percentuais no desempenho de Roseana em relação à pesquisa anterior. Ela caiu de 23% para 15% na preferência do eleitorado.

"Quem fala pelo PFL sou eu e quero declarar que nenhuma gestão [contrária à candidatura de Roseana] está sendo feita nesse sentido', afirmou Bornhausen.

Os protestos dos que defendem a desistência da governadora aumentaram ainda mais. "A candidatura da governadora Roseana Sarney foi ferida de morte", disse o deputado Marcos Cintra (PFL-SP), defendendo inclusive a reaproximação do partido com a base de sustentação política do governo federal.

Alguns pefelistas, como o deputado Roberto Brant (MG), ex-ministro da Previdência, acharam insuficientes as explicações dadas ontem pelo marido de Roseana, Jorge Murad, que se demitiu da secretaria de Planejamento do governo maranhense e admitiu que os R$ 1,34 milhão encontrados pela Polícia Federal no escritório da Lunus seriam destinados à campanha eleitoral da governadora. 'Faltou explicar de onde veio o dinheiro', disse Brant.

Contra-ataque

Os líderes pefelistas decidiram hoje à tarde encaminhar uma representação contra o deputado Márcio Fortes (PSDB-RJ) à Corregedoria da Câmara. O PFL quer saber se o tucano está por trás da operação deflagrada pela PF no Maranhão, se ele foi o responsável pelo vazamento do inquérito para parte da imprensa e se Fortes teria mesmo oferecido um dossiê sobre Roseana ao governador do RJ, Anthony Garotinho (PSB).

Se a representação for aceita e enviada ao Conselho de Ética, tanto Fortes quanto Garotinho poderão ser convidados para prestarem esclarecimentos. A Comissão de Fiscalização e Controle do Senado também entrou no caso e deverá convocar o diretor-geral da PF, Agílio Monteiro para dar explicações.

E para onde vai o PFL? Há quem aposte que o líder na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE) já esteja pensando em reconstruir as 'caravelas' para que o partido navegue de volta ao porto governista. Inocêncio disse na semana passada, que o partido havia 'queimado as caravelas e atravessado um rio sem volta', numa alusão ao afastamento definitivo do governo.

Na verdade o partido está como uma nau na tempestade e com defeito na bússola, que a cada momento aponta numa direção diferente. Tem muito pefelista com opiniões diferentes e o partido está preferindo deixar a tormenta passar para tomar uma decisão quanto ao seu destino e o de Roseana Sarney. 'O PFL terá que tomar uma decisão que mantenha o partido unido e coeso', disse hoje Inocêncio Oliveira.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página