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05/06/2007 - 12h00

Parlamentares reagem com cautela a indiciamento de irmão de Lula

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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

O indiciamento do irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário, provocou reações diferentes nesta terça-feira no Congresso.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que levará o assunto para o plenário da Casa na tarde de hoje. "Estou impressionado. Nunca vi nada tão deplorável no momento político e na democracia brasileira. No meio disso tudo há uma massa de pessoas que se sentem impotentes", afirmou.

"O que preocupa é que a primeira família esteja sendo investigada. O comentário do presidente, sugerindo que as investigações prossigam, é o mínimo que se espera de resposta", disse o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS).

Para os aliados, a Polícia Federal atua corretamente e sem distinção nem diferenciação entre os denunciados. "Nós não temos informação suficiente ainda. Mas é exatamente o que o ministro da Justiça [Tarso Genro] disse: na operação da PF, não se vê parentes, graduação nem partidos políticos", afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

De forma semelhante reagiu o senador Wellington Salgado (PMDB-MG): "Nada mais me estranha, tudo pode acontecer. Não importa se é irmão do presidente da República. Se existe uma decisão judicial tem de ser cumprida".

Já o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ), não poupou críticas. "Infelizmente este não será o xeque-mate que vai derrotar a disputa que há entre máfias e as instituições públicas. Vão ser necessárias outros jogos de xadrez", comentou ele, numa referência ao nome da operação da PF.

Operação Xeque-Mate

Segundo reportagem publicada nesta terça-feira pela Folha, Genival foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário. A PF realizou ontem busca e apreensão na casa do irmão de Lula, em São Bernardo, no ABC Paulista.

A Operação Xeque-Mate, deflagrada nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais, prendeu 77 pessoas acusadas de envolvimento em crimes como contrabando de peças para máquinas caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas.

De acordo com a reportagem, a PF pediu a prisão de Vavá, mas a Justiça indeferiu o pedido alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha.

Na Índia, em viagem oficial, o presidente Lula elogiou o trabalho da Polícia Federal realizado na Operação Xeque-Mate, mas disse não acreditar no envolvimento de seu irmão com o esquema. "Não acredito que ele tenha envolvimento com qualquer coisa. Agora, como presidente da República, se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência."

Segundo Lula, ele e o irmão não conversaram sobre o caso. "Eu sei poucos detalhes, as pessoas ainda não foram ouvidas. O que peço é que a polícia tenha serenidade nas investigações para que a gente não condene inocentes e não venha a absolver culpados", afirmou.

 

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