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05/06/2007 - 15h43

Investigar irmão de Lula é sinal de democracia, diz presidente da OAB

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da Folha Online

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, afirmou nesta terça-feira que a investigação da Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, que envolve o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, é um bom sinal para a democracia.

"Isso é muito bom para a democracia; é bom saber que o irmão da mais alta autoridade da República teve sua casa vistoriada por ordem judicial", disse.

Para Britto, o fato demonstra ainda que não está havendo interferência do presidente nas investigações da PF.

"O lado ruim também nessa investigações é a sensação de que a corrupção tomou conta de todos, ao atingir diversos setores como a magistratura, a advocacia e vários outros segmentos que merecem credibilidade. Esse é um lado ruim, mas há o lado bom de saber que as coisas estão funcionando; é importante passar para a República a idéia de que todos podem ser investigados."

Indiciamento

Vavá foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário, segundo reportagem publicada nesta terça-feira pela Folha. A Polícia Federal realizou ontem busca e apreensão na casa do irmão de Lula, em São Bernardo, no ABC Paulista.

A reportagem informa ainda que a PF pediu a prisão de Vavá, mas a Justiça indeferiu o pedido alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha.

O presidente Lula elogiou o trabalho da Polícia Federal realizado na Operação Xeque-Mate, mas disse não acreditar no envolvimento de seu irmão com o esquema. "Não acredito que ele tenha envolvimento com qualquer coisa. Agora, como presidente da República, se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência", disse na Índia.

Lula afirmou ainda não ter conversado com o irmão sobre o caso. "Eu sei poucos detalhes, as pessoas ainda não foram ouvidas. O que peço é que a polícia tenha serenidade nas investigações para que a gente não condene inocentes e não venha a absolver culpados", afirmou.

Depoimentos

A Polícia Federal de Mato Grosso do Sul espera tomar os depoimentos dos 77 presos pela Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, até esta quarta-feira, por vota das 12h.

A operação, deflagrada nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais, prendeu acusados de envolvimento em crimes como contrabando de peças para máquinas caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas.

O primeiro inquérito policial tinha por objetivo apurar a prática de contrabando e descaminho de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis. A suposta quadrilha --que agia nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rondônia-- pratica os crimes de contrabando e descaminho, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, formação de quadrilha, tráfico de influência e exploração de prestígio.

O segundo inquérito policial apurava a corrupção de policiais civis e seu possível envolvimento com tráfico de drogas no Estado do Mato Grosso do Sul. Segundo a PF, surgiram "alvos" comuns nos dois inquéritos e suas ações coincidiam nos atos criminosos dos grupos ligados à "máfia dos caça-níqueis".

Dos presos pela PF, ao menos 67 já estão no Mato Grasso do Sul --56 que foram presos no Estado e outros 11 que foram transferidos de São Paulo.

 

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