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17/03/2002
-
09h23
da Folha de S.Paulo
Prática que se tornou uma marca registrada do PT, a cobrança de um percentual do salário dos detentores de mandato e seus assessores responde por um terço do orçamento petista.
O "dízimo" petista -como a ele se referem alguns dos integrantes do partido- rendeu cerca de R$ 20 milhões em 2001. O orçamento total no ano passado foi de pouco mais de R$ 60 milhões.
A cobrança é prevista em estatuto e torna o PT uma exceção entre os grandes partidos. "Pouca gente se elege sozinha no PT. São ajudadas pela força da legenda. Por isso, nada mais justo do que darem a contribuição", diz Delúbio Soares de Castro, secretário nacional de Finanças do PT.
A cobrança está longe de ser uma unanimidade no partido. Nos bastidores, muitos reclamam. Mas pagam, ante a ameaça de punição por desrespeitar a norma estatutária.
Um dos poucos que já veio a público para protestar foi a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Recentemente, a direção partidária fez algumas concessões. Aceitou reduzir o percentual máximo de desconto de 30% do salário líquido para 20%.
Adversários acusam o partido de financiar-se com dinheiro público. Delúbio rebate: "O percentual existe a partir de uma norma interna do PT e incide sobre os vencimentos dos filiados".
Há no PT cerca de 10 mil filiados que pagam o "dízimo". Incluem, além dos detentores de todos os cargos eletivos, também secretários e assessores de governos, prefeituras e parlamentares.
Mas a principal fatia do bolo petista é composta pelas contribuições dos cerca de 850 mil filiados sem mandato. Com três faixas de contribuição, variáveis conforme a renda mensal, dão ao partido cerca de R$ 27 milhões por ano.
Outros R$ 13 milhões são provenientes do fundo partidário, rateado pela Justiça Eleitoral junto às legendas.
Segundo Delúbio, a despesa da sigla é próxima à receita, ou seja, algo em torno de R$ 60 milhões. Cerca de 30% são gastos com a folha de pagamento, que tem cerca de 180 funcionários no Brasil. O resto vai para custeio e atividades políticas. Mesmo com o "ajuste fiscal", o PT acumula uma dívida de cerca de R$ 2,5 milhões, principalmente com fornecedores.
Os funcionários do partido recebem até um teto de R$ 3.200 -incluindo alguns integrantes da Executiva Nacional sem mandato. Já o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva recebe como funcionário contratado do PT. Seu salário é de cerca de R$ 6.500 brutos mensais.
Leia mais no especial Eleições 2002
Partido dos Trabalhadores arrecada R$ 20 mi ao ano com "dízimo"
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Prática que se tornou uma marca registrada do PT, a cobrança de um percentual do salário dos detentores de mandato e seus assessores responde por um terço do orçamento petista.
O "dízimo" petista -como a ele se referem alguns dos integrantes do partido- rendeu cerca de R$ 20 milhões em 2001. O orçamento total no ano passado foi de pouco mais de R$ 60 milhões.
A cobrança é prevista em estatuto e torna o PT uma exceção entre os grandes partidos. "Pouca gente se elege sozinha no PT. São ajudadas pela força da legenda. Por isso, nada mais justo do que darem a contribuição", diz Delúbio Soares de Castro, secretário nacional de Finanças do PT.
A cobrança está longe de ser uma unanimidade no partido. Nos bastidores, muitos reclamam. Mas pagam, ante a ameaça de punição por desrespeitar a norma estatutária.
Um dos poucos que já veio a público para protestar foi a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Recentemente, a direção partidária fez algumas concessões. Aceitou reduzir o percentual máximo de desconto de 30% do salário líquido para 20%.
Adversários acusam o partido de financiar-se com dinheiro público. Delúbio rebate: "O percentual existe a partir de uma norma interna do PT e incide sobre os vencimentos dos filiados".
Há no PT cerca de 10 mil filiados que pagam o "dízimo". Incluem, além dos detentores de todos os cargos eletivos, também secretários e assessores de governos, prefeituras e parlamentares.
Mas a principal fatia do bolo petista é composta pelas contribuições dos cerca de 850 mil filiados sem mandato. Com três faixas de contribuição, variáveis conforme a renda mensal, dão ao partido cerca de R$ 27 milhões por ano.
Outros R$ 13 milhões são provenientes do fundo partidário, rateado pela Justiça Eleitoral junto às legendas.
Segundo Delúbio, a despesa da sigla é próxima à receita, ou seja, algo em torno de R$ 60 milhões. Cerca de 30% são gastos com a folha de pagamento, que tem cerca de 180 funcionários no Brasil. O resto vai para custeio e atividades políticas. Mesmo com o "ajuste fiscal", o PT acumula uma dívida de cerca de R$ 2,5 milhões, principalmente com fornecedores.
Os funcionários do partido recebem até um teto de R$ 3.200 -incluindo alguns integrantes da Executiva Nacional sem mandato. Já o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva recebe como funcionário contratado do PT. Seu salário é de cerca de R$ 6.500 brutos mensais.
Leia mais no especial Eleições 2002
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