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18/03/2002 - 07h00

Lula prevê "baixo nível" na campanha e ataca tucanos

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FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo

PLÍNIO FRAGA
enviado especial a Poços de Caldas

Virtual candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva previu ontem uma campanha de baixo nível e concentrou ataques naquele que os petistas consideram seu maior adversário, o senador José Serra (PSDB).

"Não espero facilidade do outro lado", declarou Lula ontem à tarde, após votar na sede do partido, em São Paulo, na prévia que disputou com o senador Eduardo Suplicy (SP) para escolher o candidato petista que concorrerá à Presidência.

A divulgação do resultado da prévia presidencial, a primeira da história do partido, está prevista para quarta-feira, com a primeira parcial prevista para hoje. Segundo o PT, a consulta atingiu o quórum mínimo para que tenha validade. Até as 17h de ontem, em 16 Estados havia sido alcançada presença de 15% dos votantes em metade mais um dos municípios, requisito mínimo. A previsão no PT é que Lula obtenha de 80% a 90% dos votos contra Suplicy.

De manhã, em Poços de Caldas (MG), Lula disse que a campanha de 2002 será a de "mais baixo nível da história brasileira".

"Assusta saber que o Ministério da Saúde contratou uma empresa para fazer grampo, oficializando uma ilegalidade", disse Lula, em referência à reportagem da Folha do dia 14, na qual revelou-se que o Ministério da Saúde contratou serviços de contra-espionagem de uma empresa com sede no Rio.

Há um sentimento no PT de que o governo, após ter supostamente investido contra a candidatura de Roseana Sarney (PFL), poderá voltar-se contra campanhas da oposição, principalmente a de Lula, líder nas pesquisas.

O pré-candidato, ontem, centrou suas críticas no governo federal e na candidatura Serra, acusando-os de utilizar politicamente investigações policiais.

"Se a Roseana Sarney está envolvida em alguma irregularidade, ela tem de ser investigada. Mas não se pode transformar a investigação numa peça política. E se a moda pega? O PSDB tem de agir com responsabilidade e seriedade", afirmou Lula.

Grampolândia
Já o deputado federal José Genoino, pré-candidato do PT ao governo paulista, chegou a se referir ontem ao país como uma "grampolândia". "Há o grampo do grampo e o grampo terceirizado. Estamos na República do Grampo. Por essas e outras estou certo de que esta campanha será bastante conturbada", afirmou.

Pré-candidato ao Senado, o deputado federal Aloizio Mercadante disse que espera uma campanha bastante polarizada, semelhante à de 1989. Na ocasião, Lula e Fernando Collor protagonizaram uma disputa agressiva no segundo turno da eleição. Collor usou o depoimento de Miriam Cordeiro, ex-namorada de Lula, na véspera do segundo turno.

Além da operação da Polícia Federal contra a empresa Lunus, de Roseana, e da guerra de dossiês que se instalou na sucessão, os petistas também se referem à decisão do TSE de vincular as coligações partidárias estaduais à coligação federal.

"O governo quer isolar a oposição e fazer dessa campanha eleitoral um rolo compressor plebiscitário", declarou Genoino.

Problemas sérios
O pré-candidato petista disse que não acredita que a candidatura de Roseana já esteja "enterrada", mas avalia que tem "problemas sérios". "Eu sempre dizia que a Roseana era problema do Serra. Parece que ele levou isso a sério."

Lula declarou estar preocupado com os meios de comunicação, que, segundo ele, "nem sempre são isentos". Ele comentou a operação de reestruturação da Globocabo, empresa pertencente às Organizações Globo, com a participação do BNDES. O banco estatal poderá participar de uma operação para capitalizar a empresa, que chegaria à cifra de R$ 1 bilhão.

"Se você analisar do ponto de vista financeiro, esse é o papel do BNDES. A empresa tem o direito de apresentar um projeto. Mas acho que o BNDES deveria financiar a pequena e a média empresa", disse Lula.
 

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