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18/03/2002 - 22h00

PT gaúcho busca união depois de prévias

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O PT gaúcho está tentando não apenas juntar os cacos de uma quebradeira geral entre suas correntes nas últimas semanas, mas aproveitar a escolha do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, como candidato do partido nas eleições ao governo do Estado, para resolver conflitos internos antigos.

Os resultados oficiais saíram no final desta tarde: Tarso teve 1.058 votos de vantagem, 18.164 votos contra 17.106 do seu único oponente, o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra.

Os discursos de Tarso e de Olívio, depois das prévias, foram pela "unidade" _palavra utilizada diversas vezes pelos dois, em uma espécie de combinação tácita.

Tarso e Olívio têm divergências antigas sobre a forma de governar e ambos representam grupos diferentes no PT. No atual governo estadual, a tendência hegemônica, a DS (Democracia Socialista), foi acusada de centralizar "excessivamente" o poder, sem dar espaço para as outras correntes do partido. Representantes da DS negam a postura.

Representantes das correntes que apoiaram os dois pré-candidatos também disseram para a Agência Folha ver em Tarso a possibilidade de unir o partido, o que não ocorreria tão facilmente caso fosse Olívio o candidato à reeleição.

"É a culminância de um processo rico, que instigou o partido e nos faz refletir sobre o nosso governo para preparar o segundo mandato", disse Olívio.

"Eu nunca havia participado de um debate tão qualificado. O projeto que representamos sai profundamente fortalecido. Não há dirigentes 'a', 'b' ou 'c'. Todos são companheiros de partida", afirmou Tarso.

O presidente estadual do PT, David Stival, afirmou que Tarso era mais indicado do que Olívio para essa missão, pois terá de compor com a tendência majoritária no atual governo, a DS. Se Olívio fosse o candidato, era provável que a divisão de forças internas ficasse inalterada.

Stival integra a tendência Articulação de Esquerda, que apoiou Olívio nas prévias. Durante todo o período, porém, manteve o discurso segundo o qual o melhor candidato seria o que tivesse mais chances. Esse ponto de vista foi decisivo na votação de ontem: os militantes independentes (sem tendência) levaram em consideração o provável índice de rejeição que teria Olívio.

Tarso confirmou para a Agência Folha que há uma reaproximação entre ele e o governador, o que pôde ser confirmado na troca de amabilidades mútuas.

Nova força
Tanto o prefeito quanto o governador citaram cinco nomes para ocupar a vaga de vice na chapa de Tarso, todos do grupo de Olívio: o vice-governador Miguel Rossetto; o chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii; o ex-prefeito Raul Pont; o prefeito de Caxias do Sul, Pepe Vargas e o deputado estadual Ivar Pavan.

O mais provável é que o escolhido seja Pont, que pertence à DS e já foi vice de Tarso em administração anterior da Prefeitura de Porto Alegre.

Os outros integrantes da DS que integram a lista, Pepe Vargas e Rossetto, teriam dificuldades para assumir a candidatura. No caso de Pepe, o PT abriria mão de mais uma prefeitura importante, pois ele teria de se afastar. No caso de Rossetto, ele também teria de deixar o governo, o que não deve ocorrer.

"Não há dúvidas que o companheiro Pont é um excelente quadro, que ajudaria muito na construção do próximo governo", disse, para a Agência Folha, o vice-presidente regional do PT, Paulo Ferreira, antigo aliado de Tarso.

A próxima medida a ser adotada pelo governo será a definição do vice e a composição de um cardápio de candidatos a deputados estaduais que possibilite uma Assembléia Legislativa mais afinada com o Executivo. No atual governo, 43 deputados são de oposição e apenas 12 são da situação.
 

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