23/03/2002 - 20h58

Governo não negocia enquanto MST ocupar fazenda da família de FHC

da Folha Online

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, que está na prefeitura da cidade de Buritis disse que não negocia com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) enquanto a fazenda Córrego da Ponte, de propriedade da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, não for desocupada.

O MST reivindica o assentamento de 200 famílias, entre elas 80 excedentes de assentamentos no noroeste mineiro.

O general Alberto Cardoso (Gabinete de Segurança Institucional) disse que cerca de 300 homens do Exército e da Polícia Federal estão sendo deslocados para Buritis para acompanhar a retirada do movimento. No entanto, o Palácio do Planalto garante que qualquer tipo de ação para desocupar a fazenda não será realizada durante a madrugada.

Cerca de 600 integrantes do MST invadiram na manhã de hoje a fazenda Córrego da Ponte. Os sem-terra reivindicam o assentamento de 200 famílias, entre elas, 80 excedentes de assentamentos no noroeste mineiro. O governo classificou a ação de "eleitoral" e responsabilizou o PT.

Segundo Clédson Mendes, da coordenação nacional do MST, o movimento que também obras de infra-estrutura em assentamentos no noroeste de Minas Gerais e "no entorno de Brasília e nordeste de Goiás''.

Foi a primeira invasão da fazenda. Em 1995 e 1998, o MST ameaçou invadir a propriedade, e em 1999 e 2000, integrantes do movimento acamparam ao seu redor.

Leia mais

MST invade fazenda de família de FHC

MST diz que vai reagir caso seja forçado a sair

Ministro da Justiça culpa PT por invasão

"É uma provocação irresponsável", diz Serra sobre invasão de fazenda

Governo não descarta uso do Exército

MST defende a desapropriação da fazenda

Fazenda cria gado e já foi alvo do MST

Governo manda Exército e Polícia Federal retirarem sem-terra de fazenda