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25/03/2002
-
05h04
dos enviados especiais da Folha a Buritis
Respeitado entre os sem-terra e integrantes do governo, o ouvidor agrário nacional, Gercino José Alves, foi o principal intermediário nas negociações com os sem-terra para cessar a invasão na fazenda da família do presidente da República. Sua aparente tranquilidade foi substituída por uma visível contrariedade com a ação da Polícia Federal.
"Estamos exonerados", desabafou ao final da operação, referindo-se também à colega Maria de Oliveira, que agiu como mediadora no caso. Sem dizer claramente que se sentia traído, demonstrou que, ao empenhar sua palavra nas negociações de que não haveria prisões, aguardava o cumprimento do acordo pelo governo.
Gercino Alves foi convidado por Raul Jungmann para o cargo de ouvidor depois que o desembargador foi ameaçado de morte por ter determinado a prisão do ex-deputado Hildebrando Pascoal, acusado de chefiar um grupo de extermínio no Acre. Sua função no Incra era viajar pelo país e servir de canal de comunicação entre sem-terra e governo. A seguir trechos da entrevista.
Folha - O sr. aprovou as detenções dos líderes dos sem-terra?
Gercino José Alves - (Silêncio longo) Fomos surpreendidos.
Folha - Para o sr., a invasão foi um ato político ou de protesto?
Alves - Foi um movimento político e um fato inusitado. Não seria possível prever, pois nunca eles conseguiram entrar na fazenda, além do que havia uma negociação em curso, com uma reunião prevista para domingo (ontem).
Folha - Quais foram os pontos decisivos para a desocupação?
Alves - Asseguramos uma audiência com o ministro Raul Jungmann e que o cerco da PF seria retirado, sem prisão ou sanção judicial. Também acertamos que as reivindicações seriam ouvidas.
Folha - Os sem-terra entraram sem dificuldades. Quem falhou?
Alves - Não houve falha. Estávamos em negociação. O que não despertou a nossa atenção para possibilidade de invasão foi o fato de eles estarem em mobilização.
Folha - Com o resultado final da operação, qual é sua expectativa?
Alves - (Demonstra contrariedade e decepção, responde após longo silêncio.) Estamos exonerados.
Ouvidor se diz surpreso com prisões de sem-terra
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Respeitado entre os sem-terra e integrantes do governo, o ouvidor agrário nacional, Gercino José Alves, foi o principal intermediário nas negociações com os sem-terra para cessar a invasão na fazenda da família do presidente da República. Sua aparente tranquilidade foi substituída por uma visível contrariedade com a ação da Polícia Federal.
"Estamos exonerados", desabafou ao final da operação, referindo-se também à colega Maria de Oliveira, que agiu como mediadora no caso. Sem dizer claramente que se sentia traído, demonstrou que, ao empenhar sua palavra nas negociações de que não haveria prisões, aguardava o cumprimento do acordo pelo governo.
Gercino Alves foi convidado por Raul Jungmann para o cargo de ouvidor depois que o desembargador foi ameaçado de morte por ter determinado a prisão do ex-deputado Hildebrando Pascoal, acusado de chefiar um grupo de extermínio no Acre. Sua função no Incra era viajar pelo país e servir de canal de comunicação entre sem-terra e governo. A seguir trechos da entrevista.
Folha - O sr. aprovou as detenções dos líderes dos sem-terra?
Gercino José Alves - (Silêncio longo) Fomos surpreendidos.
Folha - Para o sr., a invasão foi um ato político ou de protesto?
Alves - Foi um movimento político e um fato inusitado. Não seria possível prever, pois nunca eles conseguiram entrar na fazenda, além do que havia uma negociação em curso, com uma reunião prevista para domingo (ontem).
Folha - Quais foram os pontos decisivos para a desocupação?
Alves - Asseguramos uma audiência com o ministro Raul Jungmann e que o cerco da PF seria retirado, sem prisão ou sanção judicial. Também acertamos que as reivindicações seriam ouvidas.
Folha - Os sem-terra entraram sem dificuldades. Quem falhou?
Alves - Não houve falha. Estávamos em negociação. O que não despertou a nossa atenção para possibilidade de invasão foi o fato de eles estarem em mobilização.
Folha - Com o resultado final da operação, qual é sua expectativa?
Alves - (Demonstra contrariedade e decepção, responde após longo silêncio.) Estamos exonerados.
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