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26/03/2002
-
21h26
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Maceió
O dono de uma construtora do Ceará, em depoimento à CPI do BEC (Banco do Estado do Ceará), na Assembléia Legislativa do Estado, envolveu o governador Tasso Jereissati (PSDB), o secretário de Governo e braço direito de Tasso, Assis Machado, e o deputado estadual Raimundo Macedo (PSDB) em denúncias de empréstimos irregulares.
Renan Dias Medeiros, dono da Construtora Brejosantense, afirmou em depoimento que fez empréstimo junto ao BEC em 1995 como "laranja" de Macedo com o aval direto do próprio governador, apesar de não ter crédito no mercado.
O empréstimo, que hoje, com as correções, seria em torno de R$ 6 milhões, serviria para cobrir dívidas de campanha do deputado, segundo Medeiros, que até então era seu amigo.
A CPI do BEC foi instaurada no final do ano passado para investigar denúncias de empréstimos supostamente fraudulentos que teriam causado um rombo de cerca de R$ 1 bilhão no banco.
O empresário Medeiros afirmou que decidiu fazer a denúncia agora porque está sendo cobrado pelo banco de uma dívida que, segundo ele, não é sua.
Medeiros contou que, à época, foi levado por Macedo para conversar com o governador e com o secretário de governo sobre o empréstimo, que não poderia ser concedido diretamente ao deputado porque ele tinha cheques sem fundo e outras dívidas não-pagas. Tasso então teria autorizado Machado a falar com o então presidente do BEC, José Monteiro de Alencar, para liberar o empréstimo.
A Construtora Brejosantense havia sido constituída havia pouco tempo e, como informa um relatório do próprio BEC, não tinha capital para conseguir o empréstimo. Outra irregularidade apontada no mesmo relatório é que o deputado, apesar de todas as dívidas, foi colocado como avalista da negociação.
Apesar de não ter sido paga em seu primeiro vencimento, em 1995, a dívida foi rolada em 1996, também por Alencar.
Sigilos
Segundo Medeiros, parte do dinheiro do empréstimo que chegou nas mãos de Macedo foi para Machado. "O Raimundo Macedo dizia que sempre dava 20% para o Assis Machado", disse o empresário em seu depoimento.
Ele não apresentou provas, mas fez o depoimento sob juramento e afirma que repetiria tudo na frente dos denunciados.
Com as denúncias, o deputado João Alfredo Telles (PT), um dos integrantes da CPI, fez um requerimento solicitando as presenças de Tasso, Machado e Macedo para depor.
Ele também pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos três denunciados por Medeiros. "Com a quebra dos sigilos, será possível comprovar todas as denúncias."
Empreiteiro envolve Tasso em denúncias de empréstimos irregulares
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da Agência Folha, em Maceió
O dono de uma construtora do Ceará, em depoimento à CPI do BEC (Banco do Estado do Ceará), na Assembléia Legislativa do Estado, envolveu o governador Tasso Jereissati (PSDB), o secretário de Governo e braço direito de Tasso, Assis Machado, e o deputado estadual Raimundo Macedo (PSDB) em denúncias de empréstimos irregulares.
Renan Dias Medeiros, dono da Construtora Brejosantense, afirmou em depoimento que fez empréstimo junto ao BEC em 1995 como "laranja" de Macedo com o aval direto do próprio governador, apesar de não ter crédito no mercado.
O empréstimo, que hoje, com as correções, seria em torno de R$ 6 milhões, serviria para cobrir dívidas de campanha do deputado, segundo Medeiros, que até então era seu amigo.
A CPI do BEC foi instaurada no final do ano passado para investigar denúncias de empréstimos supostamente fraudulentos que teriam causado um rombo de cerca de R$ 1 bilhão no banco.
O empresário Medeiros afirmou que decidiu fazer a denúncia agora porque está sendo cobrado pelo banco de uma dívida que, segundo ele, não é sua.
Medeiros contou que, à época, foi levado por Macedo para conversar com o governador e com o secretário de governo sobre o empréstimo, que não poderia ser concedido diretamente ao deputado porque ele tinha cheques sem fundo e outras dívidas não-pagas. Tasso então teria autorizado Machado a falar com o então presidente do BEC, José Monteiro de Alencar, para liberar o empréstimo.
A Construtora Brejosantense havia sido constituída havia pouco tempo e, como informa um relatório do próprio BEC, não tinha capital para conseguir o empréstimo. Outra irregularidade apontada no mesmo relatório é que o deputado, apesar de todas as dívidas, foi colocado como avalista da negociação.
Apesar de não ter sido paga em seu primeiro vencimento, em 1995, a dívida foi rolada em 1996, também por Alencar.
Sigilos
Segundo Medeiros, parte do dinheiro do empréstimo que chegou nas mãos de Macedo foi para Machado. "O Raimundo Macedo dizia que sempre dava 20% para o Assis Machado", disse o empresário em seu depoimento.
Ele não apresentou provas, mas fez o depoimento sob juramento e afirma que repetiria tudo na frente dos denunciados.
Com as denúncias, o deputado João Alfredo Telles (PT), um dos integrantes da CPI, fez um requerimento solicitando as presenças de Tasso, Machado e Macedo para depor.
Ele também pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos três denunciados por Medeiros. "Com a quebra dos sigilos, será possível comprovar todas as denúncias."
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