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PSOL prepara pedido de abertura de processo contra Roriz no Conselho de Ética
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O PSOL reúne a sua bancada amanhã para decidir se ingressa com uma representação contra no Conselho de Ética do Senado contra o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), acusado de negociar a partilha de dinheiro de origem ignorada com o ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Tarcísio Franklin de Moura. A maioria dos deputados do PSOL é favorável à representação contra Roriz.
O problema é que eles temem que a abertura de um novo processo no Conselho de Ética do Senado tire o foco das denúncias contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) --acusado de usar um lobista da Mendes Júnior para pagar pensão e aluguel para a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
"Já tem uma deliberação geral do partido para tomar todas as medidas sobre questões éticas. O que temos que discutir é a oportunidade imediata disso. A decisão de fazer não é problema para a gente, mas temos que levar em conta o processo do Renan. Não podemos dispensar o foco", disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) defende a representação contra Roriz com o argumento de que o partido não pode se omitir diante da gravidade das denúncias. "Não dá para se confrontar com denúncias desse calibre e não tomar atitude. Vamos decidir qual o encaminhamento. Mas deve ser uma representação ao Conselho de Ética", afirmou.
O senador Romeu Tuma (DEM-SP) pretende abrir investigação na Corregedoria do Senado sobre Roriz. Tuma, que está fora do Brasil, vai pedir na próxima quarta-feira à Polícia Civil e ao Ministério Público Federal cópias da investigação e das gravações realizadas na Operação Aquarela --que desmontou esquema de desvio de recursos do BRB.
Antes de abrir a investigação, Tuma vai esperar a decisão do PSOL sobre uma possível representação contra o senador peemedebista no Conselho de Ética do Senado. Se o partido decidir representar contra Roriz, Tuma não descarta deixar as investigações para o conselho --a exemplo do que aconteceu no processo contra Renan.
Limitações
As denúncias contra Roriz não são referentes a atividades realizadas pelo senador no Legislativo. A Folha Online apurou que Tuma pretende dar início às investigações se o caso não for analisado pelo conselho. Tuma alega que a Corregedoria tem poderes para investigar as denúncias.
O senador acredita que, como corregedor, tem autonomia para apurar os fatos diante da gravidade das denúncias.
O corregedor retorna ao Brasil amanhã à noite. Somente na quarta-feira vai definir o rumo das investigações contra Roriz, que poderão não sair do papel se o Conselho de Ética acatar a representação do PSOL.
Conversas gravadas em 13 de março, com autorização judicial, registraram Roriz supostamente combinando partilha de dinheiro com Tarcísio Franklin de Moura.
As gravações foram realizadas pela Polícia Civil do DF, na Operação Aquarela, que resultou na prisão de 19 pessoas em Brasília e em São Paulo, inclusive Moura, por suspeita de desvio de R$ 50 milhões do BRB.
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