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04/04/2002 - 08h27

PFL não apoiará Serra, diz Bornhausen

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RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente nacional do PFL, o senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), em conversa com o presidente Fernando Henrique Cardoso na noite de anteontem, descartou totalmente a possibilidade de apoio do partido ao pré-candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra (SP).

Bornhausen disse a FHC que o PFL considera a candidatura de Serra inviável eleitoralmente e sem capacidade de agregar apoios, principalmente num pleito polarizado como a sucessão.

O pefelista relatou sua conversa com o presidente na reunião de ontem da Executiva Nacional do PFL, na qual o partido decidiu revitalizar a pré-candidatura da governadora Roseana Sarney (MA), que se afasta amanhã do cargo para disputar a Presidência.

Os principais caciques do partido irão a São Luís prestigiar a governadora no ato da renúncia.

O prefeito do Rio, Cesar Maia, confirmado como coordenador da campanha de Roseana, afirmou ontem na reunião que as intenções de voto de Serra devem cair para 10% em maio.

A partir do cruzamento e da análise dos resultados de pesquisas de opinião pública sobre a preferência do eleitorado, Maia disse acreditar que Serra não tem chance de ir ao segundo turno.

"O povo brasileiro não quer que o próximo presidente da República seja a cara do presidente Fernando Henrique Cardoso. O eleitor quer mudanças. O Brasil vive em crise há mais de quatro anos. E a candidatura de Serra, à medida que vai se transformando na cara de Fernando Henrique, vai se inviabilizando", disse o prefeito.

Maia apresentou à executiva um vídeo da campanha presidencial norte-americana de 1952, no qual o então candidato a vice-presidente, Richard Nixon, se defendia de uma acusação de irregularidade no financiamento da campanha. A defesa de Nixon foi tão convincente que sua candidatura foi confirmada por unanimidade.

O prefeito quis mostrar que Roseana pode recuperar a posição favorável na sucessão presidencial, perdida após a Polícia Federal ter encontrado R$ 1,34 milhão na sede da empresa Lunus, de propriedade da governadora e de seu marido, Jorge Murad.

O partido quer mostrar que não desistiu de Roseana e vai mobilizar prefeitos, deputados e demais correligionários na campanha.

Na avaliação de um integrante da Executiva, a maior prova de que a pré-candidatura resiste é o fato de não ter havido grandes pressões dos diretórios do PFL para que o partido abandonasse a candidatura própria, mesmo após o episódio da Lunus e a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de vincular as coligações estaduais à nacional.

Segundo Maia, a pré-candidatura tucana cairá para 10% nas pesquisas e, então, a única saída para o PSDB será a "renúncia de Serra à candidatura". Para Bornhausen, "o prefeito foi claro: Serra é inviável e a governadora do Maranhão vai ao segundo turno".

O prefeito reproduziu ao presidente que o PFL não tem motivos para compor com José Serra. Primeiro, porque o pré-candidato tucano é visto no PFL como o mentor do afastamento do partido do governo. Segundo, porque o partido não acredita em uma vitória do candidato governista.
 

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