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07/04/2002 - 11h22

Crime fica estacionado em patamares elevados no Rio

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FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Folha de S.Paulo, no Rio

Depois de fazer do combate à violência uma de suas principais bandeiras, Anthony Garotinho (PSB) deixou o governo do Rio de Janeiro com a taxa de homicídios estacionada num patamar alto -40,15 mortes por 100 mil habitantes em 2001- e sem controle sobre os confrontos armados do tráfico nas ruas do Rio.

A análise dos índices de criminalidade mostra que, de 1998 -último ano do governo de Marcello Alencar (PSDB)- para 2001, houve aumento de cinco tipos de crimes e redução de cinco.
Cresceram homicídios dolosos (1,89%), latrocínios (47,69%), roubos de veículos (13,32%), roubos a transeuntes (35,81%) e a residências (57,47%).

Os índices que apresentaram queda são referentes a sequestros (47,05%), roubos em ônibus (23,63%), estupros (8,64%), furtos de veículos (20,50%) e roubos a bancos (53,56%).

Já uma outra comparação, a dos números do primeiro para o último ano completo do governo Garotinho (1999-2001), mostra redução de sete dos dez principais crimes contabilizados pelo Estado.

De 1999 a 2001, houve crescimento do número de latrocínios (57,37%), roubos a transeuntes (9,9%) e a residências (6,67%). Persiste a violência dos confrontos armados entre traficantes de drogas e deles com a polícia.

Caíram os homicídios (1,34%), os sequestros (52,63%), os roubos de veículos (11,57%), a bancos (40,51%), em ônibus (32,67%), os estupros (17,17%) e os furtos de veículos (16,14%).

A comparação do primeiro com o último ano de cada governo analisa o que aconteceu a partir do momento da posse. Já a comparação dos últimos anos de governos consecutivos permite saber como eles receberam e como entregaram ao sucessor os índices de criminalidade.

Segundo especialistas consultados pela Folha, também é preciso olhar a série histórica de cada crime, observando tendências verificadas ao longo do tempo.

Todos os dados sobre criminalidade no Rio de Janeiro, com as séries históricas desde 1991, foram fornecidos pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Homicídios e sequestros

Homicídios e sequestros, dois dos crimes que mais assustaram o Rio nos anos 90, mantiveram com Garotinho, ainda que de forma mais lenta, tendências iniciadas no governo de Marcello Alencar.

No governo de Alencar (PSDB), os homicídios caíram de 8.438 em 1995 para 5.741 em 1998 (31,96% no período, 7,99% ao ano). Os sequestros, de 108 para 17 (84,25% no período, 21,06% ao ano).

Com Garotinho, a queda foi menor. Os homicídios caíram de 5.930 em 1999 para 5.850 em 2001 (1,34% no total, 0,44% ao ano), e os sequestros, de 19 para 9 (52,63% no total, 17,54% ao ano).

Pelos padrões internacionais, é alta a taxa de 40,15 homicídios por 100 mil habitantes registrada em 2001 -calculada pela Folha a partir de dados populacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a ONU, o índice é aproximadamente 2,28 em Londres e 3,12 em Santiago (Chile), 78,44 na Colômbia, 64,6 na África do Sul, 8,9 nos EUA e 2,4 na França.

Em 2000, o Brasil teve em média 23,52 homicídios dolosos por 100 mil habitantes, segundo a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça). Em São Paulo, a taxa foi de 34,19.

A análise da curva dos homicídios dolosos no Rio mostra um crescimento de 1991 a 1995, quando atinge o auge, com 8.438 casos. A queda começa a partir daí, chegando, em 1998, ao nível mais baixo em todo o período analisado. Em 1998, houve redução de todos os tipos de crimes.

A média anual de homicídios no governo Garotinho foi de 5.902, uma redução em relação à média de 7.090 do governo anterior. Essa média, porém, ainda é superior ao total de 5.741 ocorrências de homicídios registradas em 1998.
 

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