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09/04/2002
-
07h25
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O controlador da Usimar, o empresário Teodoro Hübner Filho, de Curitiba, afirmou ter "assinado vários cheques" antes de obter a liberação dos R$ 44 milhões de verbas da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) para a indústria de autopeças que pretendia montar no Maranhão.
A declaração de Hübner foi dada ao jornal "Gazeta do Povo", do Paraná, e publicada anteontem. Hübner, na entrevista, aponta dois executivos que contratou -Valmor Felipetto e Amauri Cruz dos Santos- como os responsáveis pela distribuição dos cheques. "Antes das liberações assinei muitos cheques, mas era tudo coisa que Felipetto e Santos me apresentavam como despesas necessárias", afirmou.
Felipetto negou ontem à Agência Folha que tenha atuado no projeto Usimar. "Ele é um cínico", disse. Hübner não deu nova entrevista. "Ele disse que só volta a falar com a imprensa quando quiser", informou a secretária.
O projeto Usimar foi aprovado pelo Conselho da Sudam em dezembro de 1999. A indústria consumiria R$ 1,38 bilhão. Teve o aval dos ex-governadores Roseana Sarney (PFL), do Maranhão, e Dante de Oliveira (PSDB), de Mato Grosso. Hübner conseguiu ver o projeto aprovado mesmo sem apresentar garantias.
Roseana foi acusada por ter presidido a reunião em que o projeto Usimar foi aprovado, por 19 dos 20 conselheiros. Só votou contra o representante do Ministério da Fazenda, José Tostes Neto, que alertou os conselheiros para a inconsistência da escrituração da Usimar. Depois da reunião, Jorge Murad procurou Tostes para tentar demovê-lo da resistência, mas não teve êxito.
A Usimar é um dos projetos mais polêmicos da Sudam e levou a Polícia Federal a investigar, entre outros, Roseana Sarney seu marido Jorge Murad.
A contrapartida que o empresário dizia possuir se resumia ao direito de parte de uma sentença judicial de posse de terra. A ação tramita na Justiça há 106 anos. Se executada, desapropriaria 32 municípios no Paraná.
Ele afirma ter investido na infra-estrutura da Usimar todo dinheiro que liberou na Sudam. Em São Luís, a empresa não passa de um canteiro de obras abandonado.
Na entrevista que concedeu em Curitiba, o empresário disse que o único contato com Roseana "foi um aperto de mão no final da sessão do Conselho que tratou do projeto". Não há referência a Jorge Murad, marido dela.
Hübner atribui o pagamento de propinas "a trapalhadas" de seus prepostos, mas afirma ter contratado diretamente Aldenor Rebouças- da A. C. Rebouças, também investigado por desvios da extinta Sudam-, como gerente da Usimar no Maranhão, em outubro de 2000.
Mas o destino das supostas propinas é mistério. Segundo o empresário, a lista dos destinatários dos cheques que assinou para o pagamento da propina já é do do conhecimento da Polícia Federal. Ele diz ter repassado a informação à PF. O delegado regional, Ademir Gonçalves, disse que pela PF do Paraná "não passou nada."
Dono da Usimar diz ter assinado cheques para obter verba da Sudam
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da Agência Folha, em Curitiba
O controlador da Usimar, o empresário Teodoro Hübner Filho, de Curitiba, afirmou ter "assinado vários cheques" antes de obter a liberação dos R$ 44 milhões de verbas da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) para a indústria de autopeças que pretendia montar no Maranhão.
A declaração de Hübner foi dada ao jornal "Gazeta do Povo", do Paraná, e publicada anteontem. Hübner, na entrevista, aponta dois executivos que contratou -Valmor Felipetto e Amauri Cruz dos Santos- como os responsáveis pela distribuição dos cheques. "Antes das liberações assinei muitos cheques, mas era tudo coisa que Felipetto e Santos me apresentavam como despesas necessárias", afirmou.
Felipetto negou ontem à Agência Folha que tenha atuado no projeto Usimar. "Ele é um cínico", disse. Hübner não deu nova entrevista. "Ele disse que só volta a falar com a imprensa quando quiser", informou a secretária.
O projeto Usimar foi aprovado pelo Conselho da Sudam em dezembro de 1999. A indústria consumiria R$ 1,38 bilhão. Teve o aval dos ex-governadores Roseana Sarney (PFL), do Maranhão, e Dante de Oliveira (PSDB), de Mato Grosso. Hübner conseguiu ver o projeto aprovado mesmo sem apresentar garantias.
Roseana foi acusada por ter presidido a reunião em que o projeto Usimar foi aprovado, por 19 dos 20 conselheiros. Só votou contra o representante do Ministério da Fazenda, José Tostes Neto, que alertou os conselheiros para a inconsistência da escrituração da Usimar. Depois da reunião, Jorge Murad procurou Tostes para tentar demovê-lo da resistência, mas não teve êxito.
A Usimar é um dos projetos mais polêmicos da Sudam e levou a Polícia Federal a investigar, entre outros, Roseana Sarney seu marido Jorge Murad.
A contrapartida que o empresário dizia possuir se resumia ao direito de parte de uma sentença judicial de posse de terra. A ação tramita na Justiça há 106 anos. Se executada, desapropriaria 32 municípios no Paraná.
Ele afirma ter investido na infra-estrutura da Usimar todo dinheiro que liberou na Sudam. Em São Luís, a empresa não passa de um canteiro de obras abandonado.
Na entrevista que concedeu em Curitiba, o empresário disse que o único contato com Roseana "foi um aperto de mão no final da sessão do Conselho que tratou do projeto". Não há referência a Jorge Murad, marido dela.
Hübner atribui o pagamento de propinas "a trapalhadas" de seus prepostos, mas afirma ter contratado diretamente Aldenor Rebouças- da A. C. Rebouças, também investigado por desvios da extinta Sudam-, como gerente da Usimar no Maranhão, em outubro de 2000.
Mas o destino das supostas propinas é mistério. Segundo o empresário, a lista dos destinatários dos cheques que assinou para o pagamento da propina já é do do conhecimento da Polícia Federal. Ele diz ter repassado a informação à PF. O delegado regional, Ademir Gonçalves, disse que pela PF do Paraná "não passou nada."
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