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10/04/2002
-
08h48
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
O Ministério Público de São Paulo ouviu ontem o suposto herdeiro de uma das empresas acusadas de participar no desvio de R$ 550 milhões da obra da avenida Água Espraiada, durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB).
Morador da favela do Lixão (zona sul de São Paulo), Ricardo Magela Cardoso, 20, disse que sua família nunca recebeu nada, apesar de constar como a dona da Jatobá Esquadrias de Madeira Ltda., que movimentou cerca de R$ 2,4 milhões em 1994.
O nome da família de Ricardo apareceu após a promotoria receber cópias de cheques e de depósitos bancários da construtora Mendes Júnior -responsável pela obra- para empresas subcontratadas, sendo que algumas existiam apenas no papel.
É o caso da Jatobá, com R$ 50 mil de capital, registrada em nome de Geralda Magela Cardoso e de Samuel de Souza, pais de Ricardo. Samuel morreu em outubro de 2001 e Geralda está desempregada há três anos.
Ricardo disse que, se soubesse da empresa, a família não moraria na favela do Lixão. "Vivemos em condições muito precárias, não temos nada. Só o barraco."
Segundo Ricardo, Samuel trabalhava na campanha eleitoral de Paulo Maluf. "Ele distribuía material de campanha, panfletos, bonés, camisetas e adesivos."
Há cerca de um mês, um ex-diretor da Mendes Júnior denunciou um esquema de superfaturamento e remessa de dinheiro ao exterior. Para os promotores, o depoimento pode explicar a conta em nome da família Maluf no Citibank em Genebra, na Suíça.
"Herdeiro" de empresa do caso Água Espraiada mora em favela
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da Folha de S.Paulo
O Ministério Público de São Paulo ouviu ontem o suposto herdeiro de uma das empresas acusadas de participar no desvio de R$ 550 milhões da obra da avenida Água Espraiada, durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB).
Morador da favela do Lixão (zona sul de São Paulo), Ricardo Magela Cardoso, 20, disse que sua família nunca recebeu nada, apesar de constar como a dona da Jatobá Esquadrias de Madeira Ltda., que movimentou cerca de R$ 2,4 milhões em 1994.
O nome da família de Ricardo apareceu após a promotoria receber cópias de cheques e de depósitos bancários da construtora Mendes Júnior -responsável pela obra- para empresas subcontratadas, sendo que algumas existiam apenas no papel.
É o caso da Jatobá, com R$ 50 mil de capital, registrada em nome de Geralda Magela Cardoso e de Samuel de Souza, pais de Ricardo. Samuel morreu em outubro de 2001 e Geralda está desempregada há três anos.
Ricardo disse que, se soubesse da empresa, a família não moraria na favela do Lixão. "Vivemos em condições muito precárias, não temos nada. Só o barraco."
Segundo Ricardo, Samuel trabalhava na campanha eleitoral de Paulo Maluf. "Ele distribuía material de campanha, panfletos, bonés, camisetas e adesivos."
Há cerca de um mês, um ex-diretor da Mendes Júnior denunciou um esquema de superfaturamento e remessa de dinheiro ao exterior. Para os promotores, o depoimento pode explicar a conta em nome da família Maluf no Citibank em Genebra, na Suíça.
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