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16/04/2002
-
07h02
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo
O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, usou o dia de ontem para, em mais de uma ocasião, centrar seus ataques nas candidaturas de Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB), com quem disputa hoje uma vaga para o segundo turno. O tucano poupou o pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas de opinião.
"A inépcia, a capacidade de vender ilusões não são patrimônio apenas da esquerda. Têm candidaturas aí que são muito mais desestabilizadoras, se fossem bem sucedidas, do que a do PT", afirmou Serra durante discurso para uma platéia de cerca de 50 pessoas que o ouvia em Limeira (150 km de São Paulo).
Serra seguiu a estratégia que vem sendo adotada pelo PSDB de procurar polarizar a disputa presidencial com o petista. Os tucanos acreditam que Lula seria um adversário mais fácil de ser derrotado no segundo turno.
Com a desistência de Roseana Sarney (MA) e a possibilidade de que o PFL venha se aliar a Ciro, o tucano foi particularmente crítico em relação ao candidato do PPS. Chegou a caracterizá-lo em conversa reservada como mais "enganador" que Garotinho.
À noite, em palestra realizada na Escola de Governo da USP, na qual foi proibida a entrada de jornalistas, Serra atacou a política econômica realizada pelo Brasil durante a gestão Ciro à frente da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-94). Foi explícito em relação à assinatura de tratados do Mercosul. Ciro era ministro quando o Brasil assinou com Argentina, Paraguai e Uruguai acordos comerciais reunidos no Protocolo de Ouro Preto.
"O Brasil cedeu muito. Foi um crime a Argentina manter o regime automotriz", afirmou Serra. "Fizeram uma diminuição adicional do regime de tarifas com Ciro Gomes", concluiu o tucano.
Pelo Protocolo de Ouro Preto, a Argentina podia exportar livremente automóveis para o Brasil, enquanto as exportações brasileiras estariam limitadas por cotas.
Integração "cucaracha"
De acordo com o presidenciável, o Mercosul tem de ser revisado e colocado em "termos mais realistas". Para Serra, a assinatura do acordo foi "irresponsável", pois previa a integração em quatro anos. O tucano chamou tal integração de "cucaracha".
"O Brasil fez em quatro anos o que a União Européia levou 40 anos para fazer", disse.
Para o tucano, a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) só é possível se forem removidas as barreiras não tarifárias.
As críticas a Ciro continuaram depois da palestra. Ao deixar o local, em conversa ouvida pela Folha, o presidenciável voltou a elogiar Lula e disse que "Garotinho não é o maior enganador". Fazia uma evidente alusão a Ciro.
Segundo a última pesquisa Datafolha, Serra tem 19% das intenções de voto. É seguido por Garotinho, com 15%, e Ciro Gomes, com 10%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
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da Folha de S.Paulo
O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, usou o dia de ontem para, em mais de uma ocasião, centrar seus ataques nas candidaturas de Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB), com quem disputa hoje uma vaga para o segundo turno. O tucano poupou o pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas de opinião.
"A inépcia, a capacidade de vender ilusões não são patrimônio apenas da esquerda. Têm candidaturas aí que são muito mais desestabilizadoras, se fossem bem sucedidas, do que a do PT", afirmou Serra durante discurso para uma platéia de cerca de 50 pessoas que o ouvia em Limeira (150 km de São Paulo).
Serra seguiu a estratégia que vem sendo adotada pelo PSDB de procurar polarizar a disputa presidencial com o petista. Os tucanos acreditam que Lula seria um adversário mais fácil de ser derrotado no segundo turno.
Com a desistência de Roseana Sarney (MA) e a possibilidade de que o PFL venha se aliar a Ciro, o tucano foi particularmente crítico em relação ao candidato do PPS. Chegou a caracterizá-lo em conversa reservada como mais "enganador" que Garotinho.
À noite, em palestra realizada na Escola de Governo da USP, na qual foi proibida a entrada de jornalistas, Serra atacou a política econômica realizada pelo Brasil durante a gestão Ciro à frente da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-94). Foi explícito em relação à assinatura de tratados do Mercosul. Ciro era ministro quando o Brasil assinou com Argentina, Paraguai e Uruguai acordos comerciais reunidos no Protocolo de Ouro Preto.
"O Brasil cedeu muito. Foi um crime a Argentina manter o regime automotriz", afirmou Serra. "Fizeram uma diminuição adicional do regime de tarifas com Ciro Gomes", concluiu o tucano.
Pelo Protocolo de Ouro Preto, a Argentina podia exportar livremente automóveis para o Brasil, enquanto as exportações brasileiras estariam limitadas por cotas.
Integração "cucaracha"
De acordo com o presidenciável, o Mercosul tem de ser revisado e colocado em "termos mais realistas". Para Serra, a assinatura do acordo foi "irresponsável", pois previa a integração em quatro anos. O tucano chamou tal integração de "cucaracha".
"O Brasil fez em quatro anos o que a União Européia levou 40 anos para fazer", disse.
Para o tucano, a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) só é possível se forem removidas as barreiras não tarifárias.
As críticas a Ciro continuaram depois da palestra. Ao deixar o local, em conversa ouvida pela Folha, o presidenciável voltou a elogiar Lula e disse que "Garotinho não é o maior enganador". Fazia uma evidente alusão a Ciro.
Segundo a última pesquisa Datafolha, Serra tem 19% das intenções de voto. É seguido por Garotinho, com 15%, e Ciro Gomes, com 10%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
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