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16/04/2002
-
08h48
PLÍNIO FRAGA
da Folha de S.Paulo
O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, buscou ontem desvincular sua imagem do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e descartou possíveis efeitos eleitorais e políticos no Brasil por causa do golpe militar no país vizinho.
"Ninguém representa tanto a estabilidade como eu neste continente. Ninguém tem o apoio que eu tenho no movimento sindical, no movimento social e popular. A estabilidade estará garantida porque implementaremos uma política de conversação com todos os setores. Não vou governar só para quem tem a estrelinha do PT no peito. Será um governo para os 170 milhões de brasileiros", disse o pré-candidato antes de dar palestra na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Lula apresentou uma justificativa para o fato de não ter comentado a queda de Chávez durante sua viagem à França. Chávez foi deposto na sexta e reassumiu o governo anteontem.
"Eu não tinha informações completas sobre o que acontecia lá. Eram 16h [de sexta" e eu não sabia qual era a manifestação do presidente da República [Fernando Henrique Cardoso" a respeito. Quando cheguei ao Brasil, no sábado, os próprios jornais tinham dúvida sobre o que estava acontecendo. Depois que você passa dos 50 anos, aprende que não precisa se manifestar na hora em que a imprensa quer", declarou o petista, de 56 anos.
Lula afirmou que o que ocorreu na Venezuela foi um golpe. "Você pode gostar ou não gostar do Chávez, pode concordar ou não com medidas que ele toma, mas ninguém pode saudar o rompimento da democracia."
Indagado se gostava do governo Chávez, respondeu: "Não sou eleitor da Venezuela. Na minha carreira política, sempre defendi a autodeterminação dos povos".
Lula disse não acreditar que se repita no Brasil instabilidade semelhante à venezuelana. "O país amadureceu. Nossa experiência democrática nos últimos 15 anos nos deu partidos organizados e um movimento social ativo."
Essa foi sua primeira entrevista após a viagem de três dias à França, em que participou da campanha do primeiro-ministro Lionel Jospin, do Partido Socialista (PS), à Presidência da República.
Em entrevista ontem na Venezuela, Chávez mencionou Lula, para exemplificar o clima de desinformação que cerca a situação do país. "Ontem [anteontem" de manhã, o Lula me ligou e disse que é preciso fazer algo para que o mundo entenda a Venezuela."
Roseana
Lula comentou a renúncia de Roseana Sarney (PFL) à sua pré-candidatura à Presidência. "Gostaria que ela participasse para que cada partido tivesse seu candidato e mostrasse sua verdadeira força."
Para o petista, o quadro da eleição só estará definido em junho, com as convenções confirmando as candidaturas oficiais.
Disse que o PFL pode tomar três caminhos: não lançar candidato, apoiar José Serra (PSDB) ou Ciro Gomes (PPS). "Mas temos uma estratégia eleitoral própria que seguirá independente de tudo isso."
O petista fez piada quando questionado sobre o "assédio" do pré-candidato do PSB, Anthony Garotinho, ao PL, com o qual discute também uma aliança eleitoral. "Assédio é crime", disse.
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Lula se desvincula de Chávez e afirma ser a "estabilidade"
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da Folha de S.Paulo
O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, buscou ontem desvincular sua imagem do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e descartou possíveis efeitos eleitorais e políticos no Brasil por causa do golpe militar no país vizinho.
"Ninguém representa tanto a estabilidade como eu neste continente. Ninguém tem o apoio que eu tenho no movimento sindical, no movimento social e popular. A estabilidade estará garantida porque implementaremos uma política de conversação com todos os setores. Não vou governar só para quem tem a estrelinha do PT no peito. Será um governo para os 170 milhões de brasileiros", disse o pré-candidato antes de dar palestra na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Lula apresentou uma justificativa para o fato de não ter comentado a queda de Chávez durante sua viagem à França. Chávez foi deposto na sexta e reassumiu o governo anteontem.
"Eu não tinha informações completas sobre o que acontecia lá. Eram 16h [de sexta" e eu não sabia qual era a manifestação do presidente da República [Fernando Henrique Cardoso" a respeito. Quando cheguei ao Brasil, no sábado, os próprios jornais tinham dúvida sobre o que estava acontecendo. Depois que você passa dos 50 anos, aprende que não precisa se manifestar na hora em que a imprensa quer", declarou o petista, de 56 anos.
Lula afirmou que o que ocorreu na Venezuela foi um golpe. "Você pode gostar ou não gostar do Chávez, pode concordar ou não com medidas que ele toma, mas ninguém pode saudar o rompimento da democracia."
Indagado se gostava do governo Chávez, respondeu: "Não sou eleitor da Venezuela. Na minha carreira política, sempre defendi a autodeterminação dos povos".
Lula disse não acreditar que se repita no Brasil instabilidade semelhante à venezuelana. "O país amadureceu. Nossa experiência democrática nos últimos 15 anos nos deu partidos organizados e um movimento social ativo."
Essa foi sua primeira entrevista após a viagem de três dias à França, em que participou da campanha do primeiro-ministro Lionel Jospin, do Partido Socialista (PS), à Presidência da República.
Em entrevista ontem na Venezuela, Chávez mencionou Lula, para exemplificar o clima de desinformação que cerca a situação do país. "Ontem [anteontem" de manhã, o Lula me ligou e disse que é preciso fazer algo para que o mundo entenda a Venezuela."
Roseana
Lula comentou a renúncia de Roseana Sarney (PFL) à sua pré-candidatura à Presidência. "Gostaria que ela participasse para que cada partido tivesse seu candidato e mostrasse sua verdadeira força."
Para o petista, o quadro da eleição só estará definido em junho, com as convenções confirmando as candidaturas oficiais.
Disse que o PFL pode tomar três caminhos: não lançar candidato, apoiar José Serra (PSDB) ou Ciro Gomes (PPS). "Mas temos uma estratégia eleitoral própria que seguirá independente de tudo isso."
O petista fez piada quando questionado sobre o "assédio" do pré-candidato do PSB, Anthony Garotinho, ao PL, com o qual discute também uma aliança eleitoral. "Assédio é crime", disse.
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