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19/04/2002 - 08h28

FHC atua para abortar pressão sobre Serra

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso dedicou a semana a articulações para segurar a manutenção da pré-candidatura de José Serra ao Planalto, mas deixou claro para o tucano que não cederá à pressão dele e do seu entorno para evitar medidas econômicas impopulares no ano eleitoral.

O presidente fez pressão pela manutenção da verticalização, o que ajudou Serra. Também se reuniu com tucanos vistos como possíveis substitutos de Serra no PSDB a fim de minar o coro do PFL pela troca de candidato. O presidente falou ainda com dirigentes do PMDB, avaliando que seria preciso indicar logo o vice de Serra para criar um fato político.

A cúpula do PMDB prefere o deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN), por ser do Nordeste. Ontem, porém, voltou ao páreo o presidente do Congresso, o senador Ramez Tebet (MS). Luiz Henrique, ex-prefeito de Joinville (SC), também tem chance de ser o candidato a vice.

Segura Serra
Apesar de ter flertado com a possibilidade de derrubar a verticalização, o risco de aliança do PFL com Ciro Gomes (PPS) fez Fernando Henrique Cardoso trabalhar pela regra que manda que os partidos devam seguir nos Estados as coligações feitas na eleição presidencial.

Diretamente ou por meio de emissários, FHC fez chegar a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) com os quais tem interlocução que considerava boa a verticalização.

Diante da pressão pefelista para o PSDB substituir Serra caso queira reatar com o partido, FHC fez questão de espalhar que achava isso impossível. Mais: jantou com o ex-governador Tasso Jereissati na terça a fim de administrar a contrariedade do cearense com ele e com Serra. Tasso perdeu a indicação tucana para Serra, e FHC não tem esperança de que ele se engaje na campanha, mas quer evitar uma dissidência branca.

Ontem, na sequência de um movimento suprapartidário coordenado por pefelistas e uma parte da bancada de deputados federais tucanos a fim de tentar colocar Aécio Neves no páreo presidencial, FHC se reuniu com o presidente da Câmara.

Aécio
FHC pediu a Aécio para desencorajar esse movimento e para ajudá-lo a enfrentar a pressão de Serra e de membros de seu núcleo político no front econômico.

Serristas atribuem a medidas impopulares (aumentos seguidos da gasolina e mais IOF para compensar o atraso da CPMF) como responsáveis pelo que chamaram de estagnação de Serra nas pesquisas de intenção de voto.

Aécio saiu do Alvorada dizendo que FHC não vai ceder: "A prioridade do governo é o ajuste fiscal. O esforço que foi feito nestes sete anos não se perderá em razão do calendário eleitoral". Indagado se medidas impopulares atrapalhariam Serra, Aécio disse que não.

"O que poderia afetar qualquer candidatura ligada ao governo é o descontrole das contas públicas. As pessoas hoje estão maduras, ninguém mais vai na onda do populismo e da irresponsabilidade."

Segundo FHC, Serra terá uma das duas vagas no segundo turno se o governo não perder a rédea da economia. Para vencer Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PSDB deverá bater na tecla segurança contra risco. Para FHC,
Serra é a segurança; Lula, o risco.
(KENNEDY ALENCAR E WILSON SILVEIRA)
 

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