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25/04/2002
-
18h01
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
A Polícia Militar de Euclides da Cunha Paulista (702 km de São Paulo) prendeu nesta quinta-feira por porte ilegal de arma José Rainha Jr., líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na região do Pontal do Paranapanema, em São Paulo.
A prisão ocorreu por volta das 15h30, na rodovia de acesso ao município, próximo a Teodoro Sampaio. O Gol em que Rainha estava foi parado pela PM em um bloqueio _"de rotina", segundo a polícia. No carro do líder do MST foi encontrada uma escopeta calibre 12. Rainha não teria porte de arma, segundo a PM.
Ele foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma pelo delegado Edmar Trindade Nagai, do Distrito Policial de Euclides da Cunha Paulista.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas, Luiz Flávio Borges D'Urso, o crime de porte ilegal torna-se inafiançável quando a arma é de uso restrito da polícia e das Forças Armadas _como a escopeta calibre 12_, porque a pena é superior a dois anos de reclusão. Rainha não pôde ser ouvido, pois estava sendo interrogado pelo delegado, na companhia do dvogado Manoel Régis de Oliveira.
Diolinda Alves de Souza, mulher de Rainha, não confirmou que ele fosse proprietário da escopeta. Disse que estava "chocada" com a prisão e que não conseguia entender o que ele poderia estar fazendo com uma arma.
Segundo Diolinda, o MST vai promover uma reunião amanhã em Teodoro Sampaio para discutir a prisão. Depois ela irá a Presidente Venceslau visitar Rainha, com quem tem dois filhos.
Ao ser parado pelos policiais, o líder estava acompanhado de um amigo (que estava dirigindo o Gol) e mais duas mulheres que tinham pego carona com a dupla.
O sargento da PM José Wanderley da Silva, que comandou o bloqueio, disse que Rainha foi parado numa blitz de rotina. "Estávamos lá desde as 14h. Ele [Rainha] foi abordado como qualquer outro veículo, tudo normal", disse.
"A escopeta estava debaixo do banco do motorista e o Rainha disse que era dele, que ele usava para se proteger porque já levou até tiro por causa de conflito de terra", afirmou o sargento.
Os outros três ocupantes do carro foram ouvidos pelo delegado apenas como testemunhas e dispensados.
Em janeiro, Rainha foi atingido com um tiro nas costas quando deixava a fazenda Santa Rita, na região do Pontal, invadida dias antes por cerca de 200 famílias.
Autor dos disparos, o pecuarista Roberto Junqueira disse que militantes do MST atiraram contra os cavalos que ele e dois funcionários da fazenda montavam. Na versão de Rainha, houve uma emboscada.
José Rainha já enfrentou outros problemas com a Justiça e chegou a passar duas semanas preso. No STJ (Superior Tribunal de Justiça), por exemplo, já foi julgado em três processos (absolvido em todos) e enfrenta um quarto por formação de quadrilha e bando.
O caso mais polêmico e de maior repercussão rendeu dois julgamentos ao líder dos sem-terra. Sob acusação de co-autoria em dois homicídios durante confronto em Pedro Canário (ES), em 1984, foi preso e passou 14 dias na cadeia em 1994.
Em 1997, Rainha foi julgado pela primeira vez e condenado a 26 anos e seis meses de prisão, com direito a novo júri. A Justiça o absolveu no caso em 2000.
Em outro episódio, Rainha, a sua mulher, Diolinda, e mais seis integrantes do MST foram condenados em primeira instância a dois anos de prisão por formação de quadrilha, em 1998.
Leia mais:
Advogado de José Rainha diz que prisão é "armação"
José Rainha é detido na região do Pontal por porte ilegal de arma
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da Folha de S.Paulo
A Polícia Militar de Euclides da Cunha Paulista (702 km de São Paulo) prendeu nesta quinta-feira por porte ilegal de arma José Rainha Jr., líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na região do Pontal do Paranapanema, em São Paulo.
A prisão ocorreu por volta das 15h30, na rodovia de acesso ao município, próximo a Teodoro Sampaio. O Gol em que Rainha estava foi parado pela PM em um bloqueio _"de rotina", segundo a polícia. No carro do líder do MST foi encontrada uma escopeta calibre 12. Rainha não teria porte de arma, segundo a PM.
Ele foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma pelo delegado Edmar Trindade Nagai, do Distrito Policial de Euclides da Cunha Paulista.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas, Luiz Flávio Borges D'Urso, o crime de porte ilegal torna-se inafiançável quando a arma é de uso restrito da polícia e das Forças Armadas _como a escopeta calibre 12_, porque a pena é superior a dois anos de reclusão. Rainha não pôde ser ouvido, pois estava sendo interrogado pelo delegado, na companhia do dvogado Manoel Régis de Oliveira.
Diolinda Alves de Souza, mulher de Rainha, não confirmou que ele fosse proprietário da escopeta. Disse que estava "chocada" com a prisão e que não conseguia entender o que ele poderia estar fazendo com uma arma.
Segundo Diolinda, o MST vai promover uma reunião amanhã em Teodoro Sampaio para discutir a prisão. Depois ela irá a Presidente Venceslau visitar Rainha, com quem tem dois filhos.
Ao ser parado pelos policiais, o líder estava acompanhado de um amigo (que estava dirigindo o Gol) e mais duas mulheres que tinham pego carona com a dupla.
O sargento da PM José Wanderley da Silva, que comandou o bloqueio, disse que Rainha foi parado numa blitz de rotina. "Estávamos lá desde as 14h. Ele [Rainha] foi abordado como qualquer outro veículo, tudo normal", disse.
"A escopeta estava debaixo do banco do motorista e o Rainha disse que era dele, que ele usava para se proteger porque já levou até tiro por causa de conflito de terra", afirmou o sargento.
Os outros três ocupantes do carro foram ouvidos pelo delegado apenas como testemunhas e dispensados.
Em janeiro, Rainha foi atingido com um tiro nas costas quando deixava a fazenda Santa Rita, na região do Pontal, invadida dias antes por cerca de 200 famílias.
Autor dos disparos, o pecuarista Roberto Junqueira disse que militantes do MST atiraram contra os cavalos que ele e dois funcionários da fazenda montavam. Na versão de Rainha, houve uma emboscada.
José Rainha já enfrentou outros problemas com a Justiça e chegou a passar duas semanas preso. No STJ (Superior Tribunal de Justiça), por exemplo, já foi julgado em três processos (absolvido em todos) e enfrenta um quarto por formação de quadrilha e bando.
O caso mais polêmico e de maior repercussão rendeu dois julgamentos ao líder dos sem-terra. Sob acusação de co-autoria em dois homicídios durante confronto em Pedro Canário (ES), em 1984, foi preso e passou 14 dias na cadeia em 1994.
Em 1997, Rainha foi julgado pela primeira vez e condenado a 26 anos e seis meses de prisão, com direito a novo júri. A Justiça o absolveu no caso em 2000.
Em outro episódio, Rainha, a sua mulher, Diolinda, e mais seis integrantes do MST foram condenados em primeira instância a dois anos de prisão por formação de quadrilha, em 1998.
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