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30/04/2002 - 07h01

Serra é cobrado em ato da Força por políticas de FHC

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da Folha de S.Paulo

O encontro entre presidenciáveis organizado ontem pela Força Sindical e pela Bolsa de Valores de São Paulo, na capital paulista, foi marcado pela ovação do público ao pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo contestação da platéia em relação ao tucano José Serra.

Enquanto o petista foi aplaudido pelos cerca de 1.500 convidados até mesmo durante a apresentação de seu currículo, Serra, ao contrário do que ocorreu com os outros três presidenciáveis, não foi interrompido por aplausos nem mesmo no momento em que falava sobre suas propostas.

Antes do início do evento, a platéia, composta por trabalhadores, sindicalistas, empresários e políticos convidados pela organização, foi informada de que estavam proibidas as vaias.

"Convidamos essas pessoas para a nossa casa. Queria que vocês tratassem todos com muito respeito, independentemente de votarem neles ou não. Queria que tratassem todos como se fossem seus candidatos", pediu ainda o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Na fase de perguntas feitas pelo público, também couberam a Serra os momentos de maior tensão do encontro. Pré-candidato do governo federal, ele foi questionado em que suas propostas para combater o desemprego diferiam das feitas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Depois de esperar que cessassem as palmas à pergunta, Serra afirmou que o problema deveria ser resolvido com ""vontade política, competência e teimosia". Foi aplaudido por parte da platéia.

Em um segundo momento, o tucano foi questionado, novamente sob aplausos, sobre o destino dos recursos da CPMF (o imposto sobre os cheques), contribuição inicialmente prevista para reforçar a área da saúde.

"O que foi posto com uma mão foi tirado com a outra", declarou ele, referindo-se ao deslocamento de recursos da Saúde para a Previdência. ""Mas não falta remédio gratuito", completou, para ser interrompido por um coro, aos gritos, vindo da platéia. "Falta."

"Espera aí. O problema não é faltar, mas chegar às pessoas", afirmou Serra, para em seguida defender a criação de um sistema de controle maior sobre a distribuição de remédios.

Logo no início do evento, o tucano criticou indiretamente Lula por
declaração feita pelo petista de que as exportações deveriam ocorrer depois de resolvido o problema da fome no país. "É uma política econômica errada", disse Serra sobre o assunto.

O presidenciável do PSDB, único a chegar atrasado ao evento, prometeu criar um cursinho pré-vestibular para aumentar a competitividade dos alunos sem acesso ao ensino privado.

Aproximação
Último pré-candidato a discursar, Lula foi aplaudido desde o momento em que entrou no local do debate. O ex-presidente da Força e deputado federal pelo PL Luiz Antônio de Medeiros foi um dos incentivadores das palmas.

Historicamente contrária à CUT, central sindical ligada ao PT, a Força Sindical apoiou várias reformas propostas pelo governo de Fernando Henrique, entre elas, a da Previdência.

Agora, entretanto, a entidade vem se aproximando do PT. Na semana passada, o presidenciável se reuniu com Paulinho na casa de um dirigente petista. Conseguiu do líder sindical a promessa de apoio, caso Ciro Gomes (PPS) não chegue ao segundo turno.

Filiado ao PTB, partido que apóia a pré-candidatura de Ciro, Paulinho vem sendo citado como um dos possíveis candidatos à vaga de vice na chapa encabeçada pelo ex-ministro.

O presidente da central sindical aproveitou seu lugar à mesa com os presidenciáveis para declarar seu apoio público a Ciro.

"Todos os candidatos terão votos na Força. Tem gente aqui que vai trabalhar para todos os candidatos. Eu vou fazer campanha para o meu, Ciro Gomes."

O pré-candidato do PPS foi o primeiro a falar. Acompanhado da atriz Patrícia Pillar, fez questão de se referir à platéia sobre a doença da namorada, que passa por tratamento contra um câncer de mama. "Minha companheira, que depois de um mês e meio de quimioterapia, está de volta aqui conosco", afirmou ele.

Ciro criticou a globalização, a adesão do Brasil à Alca nos moldes propostos até agora e se recusou a falar sobre a hipótese de rompimento da aliança que o apóia diante do impasse na escolha do pré-candidato da coligação ao governo do Rio Grande do Sul.

O segundo a participar do evento foi o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PSB), que afirmou ter desistido de uma reeleição "quase certa" ao governo do Estado pela disputa presidencial em nome de uma "missão".

Diante da platéia composta por trabalhadores, nem mesmo o presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, Raymundo Magliano Filho, resistiu à tentação de agradar. Assim como Lula e Ciro, dirigiu-se ao público como ""companheiros e companheiras".
 

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