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30/04/2002 - 12h08

"Lula voltará a perder", diz ministro das Relações Exteriores

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da Folha Online

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Lafer, 60, disse hoje em entrevista ao jornal espanhol "El País" que o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, "voltará a perder" nas próximas eleições.

"Eu estou convencido da qualidade da administração do presidente Fernando Henrique Cardoso, de sua liderança política. Isto vai ter um efeito positivo e decisivo nas eleições. Lula voltará a perder. Esta é minha avaliação", afirmou o ministro. Ele disse também não acreditar que um candidato de esquerda vença as eleições.

Na entrevista, Lafer fala também das negociações com o Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), condena o golpe que depôs por quase dois dias o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e avalia a crise econômica na Argentina.

"Tomamos o ocorrido [o golpe na Venezuela] como uma ruptura da ordem institucional. Um golpe de Estado é um golpe de Estado. Não há hoje golpes bons ou maus. Há golpes", afirmou.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista ao "El País":

Mercosul e Alca
  • "Eu disse em uma ocasião que o Mercosul é um destino e a Alca é uma opção. A negociação com a Alca é complexa, tanto como a da União Européria-Mercosul, mas há uma complicação adicional porque a UE é uma superpotência econômica, mas não é uma superpotência política. Os Estados Unidos são uma superpotência econômica e superpotência política. Isto, em alguns setores do Brasil, dá uma dimensão ideológica a esta negociação"


  • "Brasil é um país amplo, continental, diversificado. Isto significa uma variedade de interesses. É mais fácil para os norte-americanos chegarem a um acordo com economias mais simples, com menos diversidade, porque a pauta de negociações é mais simples. Nós teremos com os norte-americanos negociações que serão muito duras"


  • Crise na Argentina
  • "O tipo de câmbio fixo, tal como o conceberam os argentinos no início dos anos 90, era uma solução apropriada para para trabalhar entre o risco de hiperinflação. Depois da crise do México, da Ásia, da Rússia e da nossa própria crise, ficou claro que manter a paridade lhes tirava os instrumentos necessários para uma política econômica. Não havia política cambial e a monetária estava muito vinculada à paridade. Tinham como único instrumento a inversão e a política tarifária e de comércio exterior. Com isso, caíram em dificuldades crescentes"


  • "Agora refazem sua realidade em condições muito difíceis. Há temas sociais, políticos e econômicos importantes. O social é muito sério, porque forma uma parte de uma crise de identidade dos argentinos em sua atual situação"


  • Golpe na Venezuela
  • "A nossa postura foi muito clara. Eu estava na reunião do grupo do Rio, na Costa Rica, na qual representava o presidente Fernando Henrique Cardoso. Tomamos o ocorrido [o golpe] como uma ruptura da ordem institucional. Um golpe de Estado é um golpe de Estado. Não há hoje golpes bons ou maus. Há golpes. Isto significava a necessidade de uma reação rápida da comunidade internacional que nós representávamos, o grupo do Rio e a OEA [Organização dos Estados Americanos]. Creio que tivemos um papel positivo para criar um entorno internacional favorável à deslegitimação de qualquer tentativa de ruptura da ordem institucional"


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