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Zuanazzi diz que diretores da Anac sofrem perseguição política
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, disse hoje que os diretores da agência estão sofrendo "perseguição política" desde que a crise aérea foi agravada no país --depois do acidente com o Airbus-A320 da TAM, em 17 de julho. Zuanazzi saiu em defesa da diretora da Anac, Denise Abreu, acusada de beneficiar empresários amigos ao sugerir a transferência do departamento de cargas dos aeroportos de Congonhas (SP) e Viracopos (Campinas) para o de Ribeirão Preto.
"Contra a Anac, sim [está havendo perseguição política]. A Denise é uma pessoa capaz, competente, vai mostrar o bom trabalho que está fazendo."
Zuanazzi disse que a denúncia contra Denise Abreu não tem fundamento uma vez que a licitação para a transferência do departamento de cargas para Ribeirão Preto ocorreu em 2002, antes mesmo da criação da agência.
"A Anac sequer existia e nem a gente sabia que ia para a Anac. Foi um plano diretor que a Anac nem aprovou. Qualquer cidadão está sujeito a ilações, mas ela vai saber se explicar", afirmou.
A denúncia foi revelada pelo brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, que foi demitido da estatal depois que Nelson Jobim foi escolhido para substituir Waldir Pires no Ministério da Defesa.
Poder político
Zuanazzi disse estar satisfeito com a decisão do governo federal em retomar o poder de atuação do Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil). Segundo o presidente da Anac, a agência tem apenas poderes técnicos, e não políticos, entre as suas atribuições.
"Cabe a nós implementar decisões tomadas pelo Conac [Conselho de Aviação Civil]. Tudo o que a Anac quer é não tomar decisões políticas. Para nós, o Conac é bem-vindo."
Zunazzi disse que a agência está com o trabalho "adiantado" para cumprir as mudanças de rotas estabelecidas pelo governo federal depois do acidente com o Airbus no aeroporto de Congonhas (SP). "Nos deram 60 dias, vamos dar um jeito", afirmou.
O governo decidiu promover mudanças na malha aérea nacional depois do acidente com o Airbus para reduzir o tráfego aéreo no aeroporto de Congonhas (SP). Outros terminais vão absorver parte do tráfego de Congonhas, o que forçou as companhias aéreas a modificarem suas rotas --que são regulamentadas pela Anac.
O presidente da Anac disse que o acidente com o Airbus está em "fase de investigação" ao ressaltar que o objetivo da agência e do governo federal é reduzir o número de acidentes. "Não investimos nos aeroportos de São Paulo no passado, mas há como solucionar tudo isso", afirmou.
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