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01/05/2002 - 08h55

Lula afastará investimentos no país, diz presidente do PFL

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RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), lançou mão do cenário de possível eleição do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, para insistir na substituição de José Serra (PSDB) na cabeça da chapa governista.

Bornhausen avalia que, mantido o quadro sucessório atual, Lula poderá ganhar a eleição já no primeiro turno. Essa avaliação será levada ao presidente Fernando Henrique Cardoso em audiência a ser marcada.

Para ele, uma eventual vitória petista traria "sérios reflexos na economia". Leia a seguir trechos da entrevista concedida à Folha:

Folha - A cúpula pefelista decidiu aguardar fatos novos no quadro sucessório até 6 de junho. O PSDB não dá sinais de que poderá trocar de candidato, e, no PFL, não há empolgação em lançar nome próprio. O que é que pode acontecer, então?
Jorge Bornhausen -
Houve consenso de que o quadro sucessório ainda não é definitivo. Nem mesmo a coligação PSDB-PMDB é fato consumado, porque há reações de setores estaduais. Existem dificuldades na Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), que apóia Ciro Gomes, e mesmo em relação ao PSB [do presidenciável Anthony Garotinho]. E a candidatura do Serra não se consolidou.

Conclusão: o quadro não está definido. Até 6 de junho tudo pode acontecer. Por isso, vamos aguardar 35 dias para tomar decisão.

Folha - O sr. vai levar ao presidente FHC a posição do PFL, porque no último encontro (em 2 de abril) vocês combinaram fazer nova avaliação do quadro. Ele está preocupado com o candidato dele?
Bornhausen -
Eu, se fosse ele, estaria preocupado.

Folha - O apoio ao senador Serra foi totalmente descartado na reunião de anteontem?
Bornhausen -
A hipótese de apoio formal ao Serra não existe. Se o partido quiser apoiá-lo em alguns Estados, tudo bem. Mas o apoio formal do PFL não terá.

As resistências a ele ocorrem por fatores conjugados: o atendimento que ele dispensava aos parlamentares do partido no Ministério da Saúde -sobre o qual há queixas generalizadas na bancada-, somado ao episódio Roseana Sarney [Serra é visto no PFL como um dos responsáveis pela desestabilização da ex-pré-candidata].

Folha - Mas essas alianças do PFL com o PSDB em vários Estados não beneficiam a candidatura Serra?
Bornhausen -
Não foi essa a avaliação feita ontem. Roseana era o novo [na eleição]. O desaparecimento dela deixou um vácuo, que beneficia Lula, apesar dos erros de campanha que está cometendo.

Folha - Que erros?
Bornhausen -
Começa pelas viagens internacionais, encontros com Fidel Castro, com Hugo Chávez, e passa pelos pronunciamentos [que fez] contra exportações e sobre taxações do Imposto de Renda. Lula está bem porque tem um bom marketing. Parabéns ao Duda [Mendonça, responsável pela propaganda do PT].

Folha - O fato de os bancos Merrill Lynch e Morgan Stanley terem rebaixado a recomendação para negócios com títulos da dívida brasileira [um dos principais motivos citados pelos bancos para a decisão foi a alta de Lula nas pesquisas] mostra que Lula ainda assusta?
Bornhausen -
Esses pronunciamentos dele e essas viagens internacionais é que levam a essas interpretações. Com a vitória do Lula, teremos problemas sérios na área econômica. Entre os reflexos na economia, haverá recuo dos investimentos. E pode nem haver segundo turno. O Lula pode até ganhar no primeiro turno.
 

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