Chefe do esquema dos selos da Assembléia do RS é preso

A Polícia Federal prendeu ontem o ex-diretor administrativo da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul Ubirajara Macalão por suposto desvio de R$ 3,3 milhões em selos. Ele estava internado em uma clínica médica na zona sul de Porto Alegre.

Foi preso também Claiton Costa Alves, que, supostamente, comprava selos mais baratos de Macalão e os revendia.

Anteontem a Justiça gaúcha autorizou a quebra dos sigilos bancários dos dois suspeitos. O superintendente da PF no Rio Grande do Sul, Ildo Gasparetto, disse que por meio dos dados foi possível perceber que a movimentação financeira de Macalão cresceu significativamente no ano passado.

"Esta movimentação é incompatível com o salário que o funcionário ganhava na Assembléia", disse. O salário mensal de Macalão é de R$ 17 mil. Ela continua recebendo seus vencimentos porque é servidor concursado.

Segundo Gasparetto, os dois serão indiciados por corrupção, formação de quadrilha, peculato e uso indevido de marcas --no caso, a marca dos Correios.

Durante as investigações, a PF encontrou mais de 200 mil selos enterrados na casa de praia de Macalão. Os policiais também encontraram selos na casa de Alves.

Ontem, depois da prisão do ex-diretor da Assembléia, os deputados estaduais decidiram abrir inquérito administrativo para demiti-lo. O resultado sairá em 120 dias. Alves não é funcionário do Legislativo.

As prisões temporárias feitas pela PF têm duração de cinco dias, podendo ser transformadas em prisões preventivas. Depois de ouvido pela PF, Macalão voltou à clínica médica onde passou a ser monitorado pela polícia. Alves ficou detido na carceragem da PF. Os advogados dos suspeitos não atenderam a reportagem.

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