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02/05/2002
-
18h50
da Folha Online
O economista Guido Mantega, assessor econômico do petista Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que os investidores e analistas estrangeiros do setor estão tendo uma visão "míope" da economia brasileira já que deveriam entender que o importante não é apenas a continuidade do pagamento de juros da dívida, mas o fortalecimento da economia.
"A Argentina estava pagando [suas obrigações externas] até que quebrou. O fato de pagar juros e dividendos não significa que a economia do país seja salutar. O principal é que o candidato tenha propostas que consolidem a economia e que a torne menos sujeita a oscilações", disse Mantega.
Para o economista, a pré-candidatura do tucano José Serra (PSDB-SP) à sucessão presidencial tem mais respaldo do segmento financeiro e o interesse natural dos investidores é que "tudo continue como está".
"A eles não importa se a população está indo bem ou se está passando fome ou desempregada. O que interessa é que o Brasil pague os juros".
De acordo com o economista, saem anualmente do país US$ 50 bilhões entre pagamento de juros da dívida, pagamentos de títulos e remessas de lucros para o exterior.
O principal assessor de Lula no setor econômico, a reação de instituições financeiras estrangeiras em relação a um fortalecimento da candidatura do petista à Presidência já era prevista, mas a expectativa é que fosse mais "madura".
Sem querer generalizar a crítica, Mantega aponta o editorial do jornal "Financial Times" de ontem, que apontou um exagero na reação do mercado a uma possível vitória petista no Brasil.
Hoje, no entanto, o ABN Amro Bank, controlador do Banco Real, recomendou a redução de investimentos no país devido ao avanço de Lula nas pesquisas eleitorais. Nos dois últimos levantamentos de intenção de voto divulgados, o petista teve um crescimento em torno de seis pontos percentuais em relação às pesquisas anteriores.
Na segunda-feira, as agências americanas de investimento Morgan Stanley e Merrill Lynch rebaixaram a classificação dos títulos da dívida brasileira. Segundo a Morgan Stanley, um dos motivos do rebaixamento foi o crescimento de Lula nas pesquisas.
Mantega acredita que no período próximo à eleição possa haver uma oscilação negativa nos títulos da dívida pública brasileira e uma desvalorização do real, mas que serão limitadas no tempo e tendem a voltar ao normal após uma possível vitória de Lula.
"Vão perceber que a vida continua e que a economia não vai sofrer sobressaltos. O fato da desvalorização do real não é o fim do mundo e pode até ajudar nas exportações", disse o economista.
Leia mais:
ABN recomenda diminuir investimento no Brasil com avanço de Lula
No Brasil, equipe do ABN diz que discorda da avaliação sobre eleição
Leia mais no especial Eleições 2002
Para assessor de Lula, analistas externos têm "visão míope"
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O economista Guido Mantega, assessor econômico do petista Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que os investidores e analistas estrangeiros do setor estão tendo uma visão "míope" da economia brasileira já que deveriam entender que o importante não é apenas a continuidade do pagamento de juros da dívida, mas o fortalecimento da economia.
"A Argentina estava pagando [suas obrigações externas] até que quebrou. O fato de pagar juros e dividendos não significa que a economia do país seja salutar. O principal é que o candidato tenha propostas que consolidem a economia e que a torne menos sujeita a oscilações", disse Mantega.
Para o economista, a pré-candidatura do tucano José Serra (PSDB-SP) à sucessão presidencial tem mais respaldo do segmento financeiro e o interesse natural dos investidores é que "tudo continue como está".
"A eles não importa se a população está indo bem ou se está passando fome ou desempregada. O que interessa é que o Brasil pague os juros".
De acordo com o economista, saem anualmente do país US$ 50 bilhões entre pagamento de juros da dívida, pagamentos de títulos e remessas de lucros para o exterior.
O principal assessor de Lula no setor econômico, a reação de instituições financeiras estrangeiras em relação a um fortalecimento da candidatura do petista à Presidência já era prevista, mas a expectativa é que fosse mais "madura".
Sem querer generalizar a crítica, Mantega aponta o editorial do jornal "Financial Times" de ontem, que apontou um exagero na reação do mercado a uma possível vitória petista no Brasil.
Hoje, no entanto, o ABN Amro Bank, controlador do Banco Real, recomendou a redução de investimentos no país devido ao avanço de Lula nas pesquisas eleitorais. Nos dois últimos levantamentos de intenção de voto divulgados, o petista teve um crescimento em torno de seis pontos percentuais em relação às pesquisas anteriores.
Na segunda-feira, as agências americanas de investimento Morgan Stanley e Merrill Lynch rebaixaram a classificação dos títulos da dívida brasileira. Segundo a Morgan Stanley, um dos motivos do rebaixamento foi o crescimento de Lula nas pesquisas.
Mantega acredita que no período próximo à eleição possa haver uma oscilação negativa nos títulos da dívida pública brasileira e uma desvalorização do real, mas que serão limitadas no tempo e tendem a voltar ao normal após uma possível vitória de Lula.
"Vão perceber que a vida continua e que a economia não vai sofrer sobressaltos. O fato da desvalorização do real não é o fim do mundo e pode até ajudar nas exportações", disse o economista.
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