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09/05/2002
-
22h30
da Efe, em Washington
O regime militar do Brasil teria ajudado a manipular as eleições presidenciais de 1971 no Uruguai para impedir uma vitória da esquerda. A revelação surgiu hoje quando foram revelados documentos da época divulgados pelos Arquivos Nacionais dos EUA.
Os papéis que indicam a fraude relatam diálogos entre o então presidente americano, Richard Nixon, e o então primeiro-ministro britânico, Edward Heath.
As eleições uruguaias ocorreram no momento em que o Chile era governado pelo presidente socialista Salvador Allende e os EUA temiam um avanço da esquerda no continente.
Allende foi democraticamente eleito e se delineava a possibilidade de que a esquerda uruguaia, com Líber Seregni como candidato presidencial, seguisse o rumo chileno. Seregni, representante da Frente Ampla de partidos de esquerda, enfrentava como principal rival o direitista Juan María Bordaberry, que ganhou a eleição.
"Os brasileiros ajudaram a manipular a eleição uruguaia", disse Nixon a Heath durante uma reunião nas Bermudas em dezembro de 1971, quatro semanas depois das eleições. Nesse momento o Brasil estava sob o governo da ditadura militar do general Emilio Garrastazu Médici.
Sem dar detalhes sobre a intervenção brasileira, Nixon disse uma semana depois ao chanceler alemão ocidental, Willi Brandt, que o "Brasil constitui um bom equilíbrio" contra o surgimento de regimes de esquerda no continente.
Nixon disse ao chanceler alemão que a Casa Branca estava preocupada que o governo chileno tentasse exportar sua revolução socialista e que nesse caso os EUA "manteriam sua oposição contra Allende" da mesma forma que enfrentaram o governo do presidente cubano Fidel Castro. "Os Estados Unidos e o Brasil se opõem e, com efeito, os EUA devem continuar se opondo a Castro", disse.
Em relação às denúncias contra a repressão da ditadura brasileira, Nixon disse que era possível que Medici não estivesse à altura das pautas democráticas americanas, mas achava que o general brasileiro tinha realizado uma boa obra para o país.
Se o presidente brasileiro "não toma medidas contra os EUA, então o que fizer é aceitável", disse Nixon, segundo os documentos.
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Arquivos de Nixon indicam que Brasil manipulou eleição uruguaia
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Os papéis que indicam a fraude relatam diálogos entre o então presidente americano, Richard Nixon, e o então primeiro-ministro britânico, Edward Heath.
As eleições uruguaias ocorreram no momento em que o Chile era governado pelo presidente socialista Salvador Allende e os EUA temiam um avanço da esquerda no continente.
Allende foi democraticamente eleito e se delineava a possibilidade de que a esquerda uruguaia, com Líber Seregni como candidato presidencial, seguisse o rumo chileno. Seregni, representante da Frente Ampla de partidos de esquerda, enfrentava como principal rival o direitista Juan María Bordaberry, que ganhou a eleição.
"Os brasileiros ajudaram a manipular a eleição uruguaia", disse Nixon a Heath durante uma reunião nas Bermudas em dezembro de 1971, quatro semanas depois das eleições. Nesse momento o Brasil estava sob o governo da ditadura militar do general Emilio Garrastazu Médici.
Sem dar detalhes sobre a intervenção brasileira, Nixon disse uma semana depois ao chanceler alemão ocidental, Willi Brandt, que o "Brasil constitui um bom equilíbrio" contra o surgimento de regimes de esquerda no continente.
Nixon disse ao chanceler alemão que a Casa Branca estava preocupada que o governo chileno tentasse exportar sua revolução socialista e que nesse caso os EUA "manteriam sua oposição contra Allende" da mesma forma que enfrentaram o governo do presidente cubano Fidel Castro. "Os Estados Unidos e o Brasil se opõem e, com efeito, os EUA devem continuar se opondo a Castro", disse.
Em relação às denúncias contra a repressão da ditadura brasileira, Nixon disse que era possível que Medici não estivesse à altura das pautas democráticas americanas, mas achava que o general brasileiro tinha realizado uma boa obra para o país.
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