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10/05/2002 - 07h00

Decisão foi do colegiado, diz Ricardo Sérgio

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O empresário Ricardo Sérgio respondeu a respeito do caso por escrito. Ele afirmou que "todo o colegiado da Diretoria votou a favor" das operações com a Gremafer e com a Aceto.

Sobre as doações de campanha das empresas para José Serra, em 94, Ricardo Sérgio diz que não ocorreram por seu intermédio.

A respeito de sua relação com Gregorio Marin Preciado, o ex-diretor do BB respondeu: "Somos conhecidos. Ele já me deu uma ou duas caixas de charutos".

Marin está no momento na Espanha. Falou ontem com a Folha, por telefone. Não foi possível concluir a conversa, pois a bateria do celular de Marin aparentemente terminou. O empresário não ligou novamente. Seus familiares não forneceram os números do empresário no exterior.

A respeito do terreno que mantinha em sociedade com Serra no Morumbi, Marin disse apenas que o imóvel foi vendido. Confrontado com o fato de que a venda se deu menos de dois meses depois que o Banco do Brasil decidira pedir o arresto do bem na Justiça, declarou: "Não me recordo. Não sei te dizer. Realmente, não me lembro".

Sobre sua relação com Ricardo Sérgio: "Tive com ele algumas vezes nesse período [da negociação]. Era toda uma escadinha para chegar no Ricardo. A negociação foi feita em São Paulo, com o superintendente estadual. Nas reuniões que eu tive com o Ricardo, eles [outros funcionários do BB] sempre estiveram presentes".

Marin afirmou várias vezes que a operação de empréstimo não foi favorável a suas empresas. A Gremafer importava ferramentas com cobertura especial de titânio e as revendia, principalmente, para a indústria automobilística. A Aceto fabricava e importava vidros especiais.

"Faturávamos uns US$ 30 milhões a US$ 35 milhões por ano, juntos", diz Marin sobre a Gremafer e a Aceto antes do episódio. Segundo o empresário, sua empresa foi convidada nos anos 92 e 93 a transferir todas as operações para o Banco do Brasil em troca de receber empréstimos.

"Nossa movimentação mensal era a maior da agência de Rudge Ramos [bairro de São Bernardo do Campo onde está a agência do BB que concedeu os empréstimos]". Segundo Marin, o BB fez muitas exigências de garantias. O empresário entregou diversas propriedades que tinha na Bahia.

"Comprei uma fazenda para eles [BB] em Porto Seguro. Peguei uma fazenda emprestada de um coronel da Bahia para dar como garantia e esse coronel já me ameaçou de morte duas vezes", diz o empresário.

O fato de sua mulher, Vicencia, ser prima de José Serra não o beneficiou em nada na operação, declara Marin.

Para José Guilherme Aceto, filho de Orlando Aceto, a empresa de seu pai foi apenas prejudicada pela operação com o Banco do Brasil. Orlando Aceto é sócio de Marin na Aceto Cristais.

"Meu pai riu quando soube que estão querendo dizer que tivemos alguma vantagem com isso", disse José Guilherme ao ser procurado pela Folha. Segundo ele, a empresa está inviabilizada.

No Banco do Brasil, a assessoria de imprensa foi informada do caso há uma semana. Respondeu que o banco não faria comentários porque o assunto envolve sigilo bancário.
 

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