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17/05/2002 - 11h55

Provável vice de Serra omitiu movimentação financeira, diz revista

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da Folha Online

Depois de cair cinco pontos percentuais na pesquisa Datafolha de intenção de voto para presidente e das recentes reportagens sobre a atuação de Ricardo Sérgio Oliveira -seu ex-caixa de campanha- durante o processo de privatização da Vale do Rio Doce, a pré-candidatura de José Serra (PSDB) é novamente atingida. Desta vez, por meio de seu provável vice, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Matéria publicada hoje pela revista "IstoÉ" revela que Alves teria movimentado, em contas de três paraísos fiscais, valores superiores aos rendimentos declarados à Receita Federal. Segundo a reportagem, o deputado declarou, desde 1997, possuir rendimentos anuais de R$ 240 mil (R$ 20 mil por mês), mas documentos sobre sua movimentação financeira dão conta de que ele teria US$ 15 milhões no exterior.

Os documentos estariam anexados ao processo de separação litigiosa entre Alves e sua ex-mulher, Mônica Infante de Azambuja Alves. Durante o litígio, Mônica teria entregue a seus advogados extratos bancários, contas telefônicas, comprovantes de despesas de cartão de crédito e bilhetes escritos pelo deputado revelando a existência de contas em Nassau (Bahamas), Ilhas Jersey (canal da Mancha) e Genebra (Suíça). Essas informações não constam nas últimas quatro declarações de renda do deputado, segundo a revista.

De acordo com a "IstoÉ", Alves teve "impressionante movimentação financeira" na conta 245 3333 HM, no banco UBP de Jersey, usada para quitar despesas de seu cartão de crédito American Express, emitido no exterior e sem limite de gasto.

Os advogados de Mônica queriam um aumento em sua pensão, a partir do patrimônio extra-oficial de Alves, que teria também laranjas para encobrir esse patrimônio. Durante a separação, os advogados conseguiram quebrar o sigilo bancário, fiscal e de três cartões de crédito em nome do deputado.

Os advogados do deputado federal negaram todas as acusações.

Próxima semana
A escolha de Alves para ser o vice na chapa presidencial de Serra seria anunciada na próxima semana, mas, com a publicação da matéria, é possível que seja rediscutida.

O PMDB, que se comprometeu por meio de sua cúpula a apoiar Serra, passa por uma verdadeira disputa interna para indicar o companheiro de chapa do tucano.

Chegaram a ser cogitados, além de Alves, o senador Pedro Simon (RS) e a deputada Rita Camata (ES), preferidos de Serra, mas vetados pelos caciques peemedebistas por terem se posicionado contra uma aliança com o PSDB.

Alves já havia sido aceito por Serra e contava com o apoio do presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e do presidente do PMDB, Michel Temer (SP).

Inferno astral
A pré-candidatura de Serra tem passado por um verdadeiro inferno astral. Pesquisa Datafolha realizada em 14 de maio revela que o tucano caiu de 22% de intenção de voto, em 9 de abril, para 17%. Serra está em empate técnico com Anthony Garotinho (PSB), com 15%, e Ciro Gomes (PPS), com 14%.

A vantagem do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, aumentou: ele tem agora 43%, contra 32% registrados em abril.

Além do desempenho insatisfatório nas pesquisas, Serra tem sido atingido pelas acusações contra Ricardo Sérgio de Oliveria, seu caixa de campanha em 1994, que teria cobrado propina para reunir fundos de pensão durante a privatização da Vale do Rio Doce quando era diretor do Banco do Brasil.

Em sua gestão à frente do BB, Ricardo Sérgio teria favorecido Gregorio Marin Preciado, ex-sócio de Serra em um terreno em São Paulo e marido de uma prima de Serra. Preciado divulgou nota afirmando que não foi privilegiado com redução de R$ 73,719 milhões em dívidas que tinha com o BB, conforme revela reportagem da Folha de S.Paulo.

Leia mais:
  • Ex-sócio de Serra nega ter sido privilegiado


  • PMDB contabiliza 60% de votos pró-Serra


  • Veja também o especial Eleições 2002
     

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