Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/05/2002 - 14h16

"PFL deve voltar aos braços de FHC", diz Lula

Publicidade

da Folha Online

O pré-candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje acreditar que o PFL irá voltar "aos braços" do presidente Fernando Henrique Cardoso por ser esta a melhor opção eleitoral do partido.

Lula participou de entrevista à rádio "CBN" hoje pela manhã. Ele falou dos discursos parecidos dos pré-candidatos na campanha, disse que recebe R$ 7.000 por mês do PT para viver, que não pensa no momento qual será seu ministério e que quer um aumento do salário nos próximos quatro anos.

Segundo ele, os discursos dos presidenciáveis estão parecidos neste ano porque há três candidatos de oposição e porque o candidato do governo, o senador José Serra (PSDB), também adotará discurso de esquerda. "O Serra vai adotar discurso da esquerda, até a direita vai ter discurso de esquerda", afirmou.

Ele se defendeu das críticas de que não possui experiência administrativa afirmando que não quer ter a experiência do governo FHC e que hoje trabalha mais do que quando era metalúrgico. "Sou registrado pelo meu partido. Hoje eu trabalho muito mais que eu trabalhava antes, tenho que discutir com líder sindical, com empresários, e recebo R$ 7.000 por mês por isso", disse.

De acordo com o presidenciável, sua experiência é no campo da negociação. "Quem nesse país fez mais acordos que eu? Há 27 anos eu já estava nas mesas de negociação. Digo a eles [aos trabalhadores] que, se reclamam que não são atendidos pelo governo, que se preparem, porque serão exigidos e muito [em um eventual governo petista] para que a gente trabalhe as alternativas e mudanças que é preciso fazer nesse país", afirmou.

Lula disse que seu programa definitivo será anunciado possivelmente no dia 30 de junho e que seu governo será de ruptura. "Vamos radicalizar no combate à pobreza no Brasil. O fato do país governado pelos Orleans e Bragança há 500 anos eleger um Silva é uma ruptura. Não temos que ter medo dessas coisas não", afirmou.

Guerra
O pré-candidato disse que não é o momento de se pensar em composição de ministérios para evitar uma "guerra" dentro do PT. "Imagina se nós resolvêssemos discutir ministério a guerra que não seria. O que não falta é técnicos competentes no Brasil. Vai ter muita gente do PT, vai ter gente de outros partidos e vai ter gente que não pertence a nenhum partido", afirmou sobre como irá formar seu ministério.

Ele aproveitou para alfinetar o presidente FHC que disse que Lula deveria tomar cuidado com o "salto alto" antes de vencer as eleições. "Primeiro tem que ganhar as eleições [para então compor o ministério]. Não vou fazer que nem o Fernando Henrique, que sentou na cadeira de prefeito antes do tempo e perdeu as eleições para prefeito [em 1984, quando FHC disputava a Prefeitura de São Paulo contra Jânio Quadros]", afirmou.

Gastos de campanha
Lula disse que não sabe quanto o partido está gastando em sua pré-campanha. Ontem, reportagem da Folha de S.Paulo aponta gastos da ordem de R$ 60 milhões na pré-campanha do petista, que considerou o valor "exagerado".

Ele disse que não é obrigação do candidato saber o quanto se gasta na pré-campanha. "Sei que o Duda [Mendonça] é um profissional caro e os três programas que ele fez são extraordinários. Não sou dirigente da Executiva Nacional, portanto eu não contrato o Duda. É uma questão do partido. Tudo o que for arrecadado durante a campanha o candidato tem que saber. O que for feito antes, não é preciso saber, é coisa do partido", afirmou.

Aumento salarial
"Não é normal em nenhum país do mundo que uma categoria fique sete anos sem receber aumento de salário. O que vamos dar uma lição de moral é que vamos criar as condições para um grande pacto social no país", afirmou Lula.

O pré-candidato se posicionou contra a adoção da pena de morte e da diminuição da maioridade penal para 16 anos, propostas que tramitam no Congresso Nacional.

"A polícia é um quesito da Segurança Pública. Temos que pensar o primeiro emprego, a cultura, o lazer e o esporte para diminuir o grau de violência dos adolescentes de 15 a 18 anos", afirmou. "Sou contra [a diminuição da maioridade penal e a pena de morte]. Temos que estudar as causas da violência."

Lula defendeu mudanças no currículo escolar como forma de melhorar a qualidade da educação no país. Sem especificar quais seriam essas mudanças, ele afirmou que o objetivo é o de manter as crianças mais tempo na escola.

Leia mais:
  • Lula critica sistema de metas, mas quer inflação de 2,5% a 4%


  • Para Lula, EUA fazem "aberração diplomática"


  • Lula diz que é contra voto obrigatório e reeleição

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página