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25/05/2002 - 03h01

Deputado quer debate sobre urânio

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CHICO SANTOS
da Folha de S. Paulo, no Rio

O deputado federal Salvador Zimbaldi (PSDB-SP), presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, disse ontem que colocará em debate na reunião da próxima quarta-feira a convocação de uma audiência pública para discutir o início da produção comercial de urânio enriquecido no Brasil, previsto para julho deste ano.

Conforme a Folha noticiou ontem, a estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil) programou para julho a entrada em operação da sua fábrica de enriquecimento de urânio localizada em Resende (a 161 km do Rio).

A tecnologia a ser utilizada pertence à Marinha. Enriquecimento é o processo pelo qual o urânio é transformado em combustível nuclear. Segundo a Constituição (artigo 21), toda atividade nuclear no país depende da aprovação do Congresso Nacional.

A INB e a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) -órgão fiscalizador da atividade nuclear no Brasil- informam que o enriquecimento de urânio já estava previsto no projeto original da fábrica de Resende.
Teria havido apenas uma mudança de tecnologia. Originalmente, seria utilizada uma técnica alemã, chamada de jatocentrífugo. Essa técnica, considerada muito cara, foi abandonada em 1988. A tecnologia desenvolvida pela Marinha -em parceria com o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas de São Paulo) e a USP (Universidade de São Paulo)- chama-se ultracentrifugação.

"A comissão não foi comunicada sobre essa mudança de tecnologia", disse o deputado, para quem é preciso que o assunto seja debatido, até para saber se é realmente desnecessária a autorização do Congresso para que a fábrica possa funcionar.

Zimbaldi disse que o debate é importante também para que a população possa ser informada sobre se há ou não risco decorrente do enriquecimento de urânio em grande escala no país.

O secretário de Meio Ambiente de Resende, Wilson Moura, disse que somente anteontem recebeu da INB o plano ambiental relacionado com a fábrica. Segundo ele, o trabalho ainda está sendo estudado e a prefeitura tomará uma posição na próxima semana.

Moura afirmou que a equipe técnica do município "não está muito alarmada". Segundo ele, os técnicos sabem que o perigo de radioatividade durante o enriquecimento do urânio é baixo.

 

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