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11/06/2002 - 14h46

Senado discute clonagem humana com especialistas

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da Folha Online

O Senado Federal iniciou hoje um seminário de dois dias sobre a clonagem humana. Foram convidados para participar das discussões diversos especialistas técnicos da área.

O presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Ésper Cavalheiro, disse que depois do nascimento da ovelha Dolly, a CNTBio (Comissão Nacional Técnica de Biossegurança) publicou uma Instrução Normativa proibindo a clonagem humana no país.

Segundo ele, a norma acabou limitando as pesquisas com células embrionárias _únicas capazes de se transformarem em qualquer outro tipo de células e, por isso, poderiam ser utilizadas em terapias que envolva a recuperação de tecidos.

"A norma está sendo rediscutida na CNTBio, mas a decisão sobre o uso ou não da célula embrionária não cabe à organização, mas à sociedade. A discussão com cientistas da área de agropecuária, portadores de síndromes genéticas e seus familiares, por exemplo, é fundamental. Afinal, milhões de brasileiros podem se beneficiar com esse tipo de conhecimento", disse Cavalheiro.

A jornalista Luisa Massarani, especializada em ciência, a novela "O Clone", da Rede Globo, chamou a atenção da sociedade sobre a clonagem humana apesar de abordar o assunto de maneira superficial e simplista.

Segundo Luisa Massarani, que trabalha junto à Fundação Oswaldo Cruz, é importante traduzir a produção científica e as informações consistentes sobre o assunto para uma linguagem acessível .

Para a professora Mayana Zatz, do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da USP e integrante do Centro do Estudos de Genoma Humano, a idéia de que utilizar a técnica de clonagem para fazer cópia de seres humanos é uma "loucura".

Mayana explicou que a clonagem terapêutica é diferente da clonagem reprodutiva apenas pelos objetivos finais. A clonagem terapêutica usa o núcleo de uma célula filha de um tecido já diferenciado (nervosa, muscular etc) para a produção de outras células, que, por sua vez formarão um novo tecido - como um novo órgão, por exemplo.

Mayana disse que é possível, por meio de técnicas avançadas, retirarem-se células embrionárias de embriões sem matá-los. Daí a importância de criar os chamados bancos de cordões.

Segundo o senador Sebastião Rocha (PDT-AP), autor da proposta do seminário, o debate amplo do assunto com a sociedade é uma forma do legislador obter informações.

"Um tema como este, complexo e polêmico e que pode afetar a vida de todos nós, exige que o legislador entenda os processos envolvidos a fim de ter condições de referir-se tecnicamente ao assunto", disse ele na abertura do seminário.

Com Agência Senado
 

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