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Jorge Félix admite que sabia do risco de Lula ser vaiado no Pan
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Cerca de três meses depois, o ministro Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) admitiu nesta terça-feira que dispunha de informações sobre o risco de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser vaiado na abertura dos jogos Pan-Americanos, que ocorreu no dia 13 de julho, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Na cerimônia, Lula foi vaiado quatro vezes e evitou discursar. Aparentemente desconcertado, o presidente evitou deixar seu lugar no estádio, permanecendo sentado até o final da solenidade. Depois, disse ter ficado "triste" com o ocorrido.
"Havia o conhecimento [sobre as vaias]. Esse conhecimento estava disponível. No ensaio, as pessoas vaiaram quando falaram [no nome do presidente]. Há de se imaginar que isso poderia acontecer no dia [da abertura]", afirmou o ministro, depois da solenidade de posse do novo diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda.
Segundo Félix, não havia meios de evitar as vaias nem de conter a reação das pessoas. Na ocasião, setores do governo e de partidos que apóiam o presidente chegaram a acusar o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), de ser o responsável pela reação negativa a Lula. O prefeito negou as acusações.
Por cautela, assessores de Lula recomendaram que ele não participasse do encerramento dos jogos Pan-Americanos. A orientação foi seguida à risca pelo presidente, que não foi ao Rio embora em todas as ocasiões citasse os jogos e depois viesse a receber os atletas brasileiros.
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