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Governo manobra e emplaca Inácio Arruda na relatoria da CPI das ONGs
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Em uma manobra articulada pela base aliada do governo, o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) foi eleito hoje, por unanimidade, relator da recém-criada CPI das ONGs (organizações não-governamentais). Apesar da pressão de governistas para assumir a relatoria, Arruda negou que esteja disposto a blindar ONGs ligadas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Arruda rebateu as críticas de que sua indicação seja uma estratégia para proteger a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), acusada de envolvimento com irregularidades na ONG Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul).
"Quem faz esse tipo de ilação conhece pouco o PC do B. Não importa para nós de quem se trata, se do governo atual ou do passado. O que importa para nós é investigar as denúncias de irregularidades", disse o relator.
Na semana passada, o governo pressionou o PMDB para desistir da indicação do senador Valter Pereira (PMDB-MS) para a relatoria da CPI --uma vez que o parlamentar integra a ala dos chamados "independentes" do PMDB.
Os governistas temem que a CPI das ONGs se transforme em disputa política entre governo e oposição, já que o DEM e o PSDB pretendem sugerir investigações sobre a Fetraf-Sul e na "Rede 13" --organização que teve Lurian, filha do presidente Lula, entre seus dirigentes.
Arruda afirmou, porém, que vai sugerir a investigação de todas as denúncias que chegarem à CPI. "Temos que ter bastante tranqüilidade na comissão para que nenhuma pressão influencie os seus trabalhos. Isso seria destruir o instrumento CPI. Eu considero que, se trabalharmos sem o espírito governo versus oposição, investigaremos qualquer governo sem politização", disse o relator.
Oposição
Apesar da disputa anunciada, o presidente da CPI, senador Raimundo Colombo (DEM-SC), disse que vai trabalhar para garantir a imparcialidade nos trabalhos. "A CPI não pode ser partidarizada. Temos que aperfeiçoar o sistema atual para o futuro. O que eu puder fazer para evitar, vou fazer. Acho que isso é um equívoco, não é o caminho", afirmou.
Além da eleição de Arruda para a relatoria, os integrantes da CPI também elegeram nesta quarta-feira a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) para a vice-presidência da comissão. Senadores da oposição e da base aliada fecharam acordo para que os governistas ficassem com a relatoria da CPI, enquanto o DEM e o PSDB, com os dois cargos de comando da comissão.
A relatoria é considerada estratégica pelos governistas uma vez que o parecer elaborado por Arruda é que será votado no plenário da comissão ao final dos seus trabalhos.
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