Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/06/2002 - 18h30

Em convenção tumultuada, PMDB aprova aliança com Serra

Publicidade

RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília
CAMILO TOSCANO
da Folha Online, em São Paulo

O PMDB aprovou hoje, por 433 votos contra 218, o apoio do partido à candidatura presidencial de José Serra (PSDB), que terá a deputada federal Rita Camata (ES) como sua vice. A convenção nacional, realizada em auditório do Senado em Brasília, foi marcada novamente por tumultos e agressões.

Assim que o resultado da votação ficou certo, quando já havia sido apurados mais da metade dos votos e não havia mais chance de o apoio ao tucano ser revertido, foram descerrados dois painéis com fotos de Serra e Rita com as mãos dadas, já como parte de material de campanha.

A aprovação da coligação dará à candidatura de Serra 12 minutos e 18 segundos de programa eleitoral no rádio e na TV. Foram 9 votos brancos e 2 nulos, do total de 662. Eram previstos 493 convencionais e 694 votos, mas compareceram ao encontro 474 votantes.

Serra teve sua candidatura lançada oficialmente hoje, na convenção do PSDB, também em Brasília. Rita Camata também foi aprovada pelos tucanos para a vaga de vice.

Como aconteceu nas convenções do partido desde 1998, o encontro de hoje do PMDB foi marcado pelas divisões internas do partido, protagonizados pelas alas governistas e oposicionistas. Mesmo com a decisão de impedir a participação no encontro da militância, na tentativa de evitar cenas de confronto entre as duas alas adversárias, os tumultos aconteceram.

Um grupo de militantes da ala oposicionista conseguiu entrar no auditório Petrônio Portela, onde acontece o evento. O esquema de segurança não conseguiu conter os cerca de 200 manifestantes, a maioria jovens e adolescentes, que furaram o bloqueio.

Após gritarem palavras de ordem contra José Serra, contra o governo federal e contra o FMI, eles foram convencidos a deixar o local. Alguns manifestantes tiveram ferimentos leves como arranhões ou escoriações.

Batalha jurídica
Embora a maioria do partido tenha votado em favor da coligação com o PSDB, a decisão sobre a validade do encontro deve passar pela Justiça. Os oposicionistas entraram com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) para invalidar a convenção.

O senador Roberto Requião (PR), que se lançou pré-candidato a presidente pelo partido, já havia afirmado que iria entrar com um mandado de segurança e pedido de liminar no para tentar anular a convenção.

Uma liminar do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Nelson Jobim, concedida na madrugada deste sábado, derrubou a liminar conseguida por Requião na noite de sexta-feira (14), que suspendia a convenção de hoje do PMDB.

O senador se viu motivado a apresentar o recurso por causa da decisão da Executiva Nacional do partido de condicionar a votação sobre sua pré-candidatura à não aprovação da aliança com o PSDB de Serra.

Hoje pela manhã, a executiva inclui na cédula de votação a pergunta sobre a candidatura de Requião à Presidência da República, além da proposta de coligação com o PSDB e a indicação da deputada Rita Camata (PMDB-ES) como vice.

Leia mais:
  • Oposicionistas do PMDB entram com recurso para anular convenção


  • Rita Camata diz que será instrumento para unir PMDB


  • Para Temer, resultado de convenção ficou dentro do esperado


  • Nome de Serra foi aprovado por pouco mais da metade dos votos


  • Militantes do PMDB invadem auditório e tumultuam convenção


  • Veja também o especial Eleições 2002
     

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade