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18/06/2002 - 07h40

EUA mandam secretário se informar sobre eleição

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MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington

Faltando menos de quatro meses para o primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras, a Casa Branca decidiu despachar para Brasília o secretário-adjunto de Estado dos EUA para a América Latina, Otto Juan Reich.

Com a visita, que deverá ocorrer na primeira quinzena de julho, Reich pretende obter informações sobre o processo eleitoral brasileiro e demonstrar que o Brasil é peça prioritária da política dos EUA para o hemisfério.

Reich poderá ainda estender a viagem a outros países da região, entre eles a Argentina, país envolto numa de suas piores crises da história, e o Uruguai, que busca apoio dos Estados Unidos para fugir das turbulências econômicas da região.

O secretário-adjunto é a principal autoridade dos EUA para a América Latina e um dos personagens mais controversos da administração do presidente George W. Bush.

Encontro com candidatos
Segundo um funcionário do governo norte-americano, Reich está ansioso para desfazer a impressão, cada vez mais cristalizada na comunidade diplomática latino-americana, de que sua agenda pessoal restringe-se a minar a liderança de Fidel Castro em Cuba - país onde Reich nasceu- e a de Hugo Chávez, na Venezuela, onde foi embaixador.

A agenda de Reich no Brasil ainda não está pronta. Funcionários do Departamento de Estado estudam a conveniência de encontros do secretário-adjunto com os candidatos à Presidência.

Reich foi nomeado para o cargo no ano passado por meio de uma brecha da legislação americana que viabiliza nomeações mesmo sem as necessárias audiências do Congresso.

Bush precisou usar esse artifício porque a oposição democrata recusou-se a sabatiná-lo. O motivo, segundo os democratas, foi o fato de Reich ter se envolvido em "atividades impróprias" quando coordenou campanhas de propaganda na América Central, na década de 80, e participou indiretamente do escândalo "Irã-Contras" -venda de armas para o Irã com o objetivo de financiar os "contras" da Nicarágua.

Desde o início do governo Bush, Reich tem incomodado alguns governos latino-americanos por ter demorado meses para mencionar em seus discursos as palavras Brasil, Argentina, Mercosul e até Alca (Área do Livre Comércio das Américas).

Corrupção
Em sua primeira aparição pública, durante reunião organizada em janeiro pelo CSIS (Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais), Reich defendeu que a raiz dos problemas econômicos da América Latina é a corrupção de seus governantes, e não a falta de ajuda externa.

Em abril, foi acusado de estimular o golpe frustrado contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ele defendeu-se dizendo que a acusação era "fantasiosa" e teria sido fabricada pela cabeça "conspiratória" de jornalistas.

Em maio, defendeu a manutenção do embargo econômico à Cuba e afirmou que os EUA irão usar "todo o poder" para garantir uma transição em Cuba.
 

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