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19/06/2002 - 18h28

Aécio fecha com tucanos de MG pacto de não-agressão a Itamar

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PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, foi nesta quarta-feira ao Palácio da Liberdade, sede do governo de Minas, dizer que aceita a convocação do governador Itamar Franco (sem partido) para que ele concorra ao governo estadual. Antes, porém, ele reuniu na sua casa deputados estaduais e o ex-governador Eduardo Azeredo, tucanos adversários de Itamar, e obteve deles um pacto de não-agressão ao governador.

A oficialização da pré-candidatura de Aécio se deu com um discurso dele, tendo Itamar ao seu lado e diante da imprensa. Eles não deram entrevistas.

"Enganam-se os que apostam nas nossas divergências internas, para delas aproveitar-se a fim de abrir cisões e impor domínio. Quando nos divergimos, divergimo-nos quanto ao caminho, não quanto ao destino. Divergimo-nos na forma de melhor servir à nossa província. E a ela servindo, servir ao nosso país", disse o deputado, para, logo depois, dizer que aceita a convocação.

"Meu caro governador e amigo Itamar Franco, venho dizer aos mineiros, neste palácio que resume e encarna as nossas virtudes e as nossas razões, que aceito disputar o governo de Minas."

Aécio destacou a dedicação dos mineiros à política e disse que buscará a "unidade política" antes e depois das eleições. Definiu como "corajoso e claro" o apoio de Itamar, que, no plano nacional, apóia o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Ele se referiu à gestão itamarista como "honrada e patriótica". E encampou outro discurso de Itamar. "É chegada a hora de enfrentar uma verdade que estamos sempre adiando: a de que a geografia e a história nos reclamam uma Federação de direito e de fato, com autonomia concreta dos municípios e dos Estados", disse.

Itamar, que deixou ontem o PMDB pela terceira vez e poderá ficar sem abrigo partidário durante as eleições _embora o PL já tenha oferecido a ele a legenda_, mandou dizer que após 30 de junho, quando terminar as convenções partidárias, explicará suas posições.

Pacto
Eduardo Azeredo, que foi derrotado por Itamar, em 1998, quando tentava se reeleger, foi até agora o principal opositor do governo de Minas, juntamente com as bancadas do PSDB e PFL na Assembléia Legislativa. Ele nunca esqueceu o fato de Itamar tê-lo deixado com a mão estendida, sem cumprimentá-lo, quando transmitiu o cargo.

Mas Azeredo, que será candidato ao Senado, aderiu ao pacto proposto por Aécio. Na saída do encontro de hoje na casa do deputado, em Belo Horizonte, encampou o discurso do deputado.

"Nós mantemos a posição coerente nossa, mas agora trata-se de uma campanha eleitoral, uma campanha para propostas para Minas Gerais. Nós estamos unidos e queremos, exatamente, comemorar todos os apoios que viermos a receber."

PFL
A decisão de Aécio rachou o PFL mineiro. Uma ala do partido, liderada pelo presidente regional Clésio Andrade, defende o apoio ao PSDB com a indicação do vice, que seria o próprio Clésio.

Outra ala, liderada pelo ex-ministro Roberto Brant, defende o lançamento de candidatura própria em coligação com a Frente Trabalhista. Brant seria o candidato ao governo.

As principais lideranças do partido estavam reunidas ontem em Brasília para definir qual a posição que será escolhida. Até a conclusão desta edição não havia um consenso.

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